Editorial – Milho pros bodes…
Além da balbúrdia acarretada por medidas esdrúxulas fruto mais da inépcia que da má fé, o efeito deletério foi ressuscitar grupelhos totalitários e anárquicos aparentemente sepultados do cenário político da cidade.
Pior ainda foi fugir ao debate – no mesmo dia 06/02 – ante a impossibilidade de justificar a operação casada que juntou um item VITAL (a água, SEM A QUAL A VIDA É IMPOSSÍVEL) com outro circunstancial (o lixo, com o qual pode-se sobreviver, ainda que a duras penas). A chantagem implícita é: ou pagam o circunstancial como queremos, ou cortaremos o que é vital.
Medidas tais, parafraseando o jurista Washington de Barros Monteiro, “somente tiranos as fazem, e escravos as obedecem”. Ademais de dividir de modo cáustico a opinião pública, devido à incongruência, fertilizam o terreno para facções alucinadas ressurgirem como “salvadores da pátria”. Para não dizer que abutres somente chafurdam onde há carniça, diríamos que os “J”ênios administrativos deram milho pros bodes…