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Escuta de crianças traz novo olhar para a primeira infância em Mauá

Projeto Primeira Infância Cidadã (PIC) promoveu atividades com crianças de 4 a 12 anos. Saúde, educação, moradia, transporte público e meio ambiente são temas contemplados

 O projeto é realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social, em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

 

 participaram de uma etapa importante para o levantamento de informações sobre a situação da infância no município, por meio da escuta qualificada, realizada pelo Projeto Primeira Infância Cidadã. Escutar ativamente, aprender e trazer a perspectiva das crianças sobre a cidade e o espaço em que estão inseridas são o foco das atividades que tiveram 31 participantes (um grupo com 11 crianças de 4 a 6 anos e outro com 20 crianças, com idade entre 8 e 12 anos), de diferentes bairros. As informações coletadas nesses encontros vão integrar um diagnóstico da situação de vida, desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Este diagnóstico situacional deverá servir como guia orientador das prioridades a serem consideradas no processo de elaboração e implementação dos Planos Municipais da Primeira Infância, objetivo principal do PIC.

 

Utilizando uma metodologia participativa, em um ambiente lúdico e de livre expressão, a equipe do projeto fez a escuta qualificada sobre várias situações e contextos em relação à saúde, escola, família, espaços públicos, moradia e meio ambiente. Em Mauá, no grupo de 8 a 12 anos, os encontros foram marcados por momentos de emoção para todos os envolvidos. Em relatos tocantes, as crianças citaram questões de saúde, preocupação com os familiares e pediram para acabar com o racismo. “Eu queria ficar em casa com minha família”; “Tem que ter menos violência contra a mulher”; “Menos racismo”; “Mais igualdade social”, foram alguns dos depoimentos colhidos.

 

Os participantes demonstraram uma timidez inicial e, segundo a equipe responsável pela escuta, com o encorajamento e apoio, eles participaram ativamente e evidenciaram que, mesmo muito novos, estão conscientes das questões sociais e estão sedentos por um espaço de escuta, de acolhida, dos seus desejos e desafios desde muito pequenas. Na dinâmica com o grupo de 4 a 6 anos, as crianças conversaram sobre seus sonhos,  fizeram apresentação de ballet e demonstraram de forma espontânea que gostam da escola e citaram entre as preferências: estudar, brincar no pula-pula, colorir, pintar e até mesmo a Matemática. Quando perguntados o que queriam que tivesse na cidade, os participantes do grupo destacaram itens do universo infantil, tais como: arena de rali com várias pistas, piscina, escorregador e boneca gigante, cachorros para todos, entre outros.

 

Para  a conselheira tutelar, Lilian Cristina Pereira Dias, que participou da escuta,  a inocência, a imaginação e os desejos simples, mas grandiosos para as crianças, chamaram  a atenção nas dinâmicas. “Minha impressão é que eles demonstraram saber o que querem e o quanto precisam expressar isso. Foi bom poder ouvir os pequeninos, que chegaram tão tímidos e saíram dançando ballet. Fizemos um encontro para ouvi-los e, no final, eles nos deram aulas. Foi, de longe, a melhor palestra de já participei”, ressaltou.

A coordenadora de qualificação do PIC, Judite Dultra, enfatizou a importância desse processo para ajudar na elaboração de um diagnóstico participativo, para orientação dos municípios no que deve ser prioridade e ajudar a definir o direcionamento e uso responsável dos recursos públicos, atuando onde é realmente necessário para melhorar a qualidade de vida da população. “Nosso pressuposto básico é que as crianças têm direito de participar e que têm muito a contribuir para trazer uma ideia da realidade local, expressando de que forma se relacionam com a cidade onde vivem. Queremos entendê-las no seu mundo para compreender seus desejos imaginários e concretos”, conclui.

 

As rodas de escuta estão sendo realizadas nos municípios participantes do Projeto Primeira Infância Cidadã em cinco estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Norte. No total, serão ouvidas cerca de 500 crianças, selecionadas pelos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de cada localidade. O projeto é realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e como parte da Iniciativa Territórios da Primeira Infância.

A Avante – Educação e Mobilização Social é uma OSC sediada em Salvador, Bahia. Atua, há mais de 25 anos, na garantia de direitos de crianças, jovens, mulheres, famílias e profissionais da educação, agentes comunitários e agentes públicos, participantes do Sistema de Garantia de Direitos (SGD). Como principal ferramenta de ação, a Avante faz uso de processos formativos que considerem os sujeitos como capazes de aprender, de construir significados e dar sentido às suas histórias, atuando crítica e colaborativamente na sociedade.

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