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ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA: ABRINDO A CAIXA DE PANDORA.

Delegada Lucy

 

O dia 18 de maio foi escolhido como o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes para que todos nós possamos centrar esforços na reflexão que essa questão, tão complexa quanto difícil de solucionar, nos impõe.

Nossa legislação, a meu ver, é rigorosa quando se olha pelo viés punitivo que todo crime grave provoca, mas especialmente porque minha área de atuação, como delegada de polícia, é a repressiva, é que me vejo não só capaz, como responsável por suscitar outras perspectivas quando o que se busca é combater as causas e, principalmente, os efeitos danosos desse tipo de crime.

O aparato policial e judicial está em constante atualização e salta aos olhos os esforços para aprimorar a resposta legal – desnecessário discorrer sobre a extrema importância disso.

O aprofundamento do estudo da dinâmica desse tipo de delito, inevitavelmente, me remete à conclusão que, aliás, aproveita a todo tipo de delito, de que a prevenção é sempre a melhor política criminal, por dois motivos principais: primeiro porque todo abuso, pouco importando a idade em que ocorre, é sempre traumático, deixa cicatrizes na alma, difíceis, quando não impossíveis, de remediar – na infância e na adolescência, os efeitos são ainda mais devastadores.

Em segundo lugar, há uma combinação de fatores: é uma prática muito mais comum do que se pode imaginar, nem sempre deixa vestígios e, frequentemente, tem como autor alguém muito próximo da vítima, o que torna a detecção extremamente difícil e, inevitavelmente, se reflete por todo o processo, seja o legal, no sentido de apurar e punir, seja o de cura do trauma que acompanha, não só a vítima, mas todos ao seu redor.

Longe de esgotar o tema, estar atento ao comportamento de nossas crianças e adolescentes e das pessoas a quem as confiamos é uma medida simples e que está ao alcance de todos nós.

 

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