Governo anuncia acordo e crê em fim da paralisação dos caminhoneiros
Depois dos 15 dias haverá nova reunião entre entidades e governo para acompanhar os compromissos. O acordo prevê o prazo de 30 dias para reajuste dos combustíveis e manutenção do desconto de 10% no preço do diesel por 30 dias. A União pagará compensação financeira à Petrobras para garantir autonomia estatal. Muitos detalhes ainda faltam ser explicados, mas o governo comemorou a trégua conquistada. Destaque-se que o acordo não foi assinado por todos os representantes dos caminhoneiros.
Às 21h39, o presidente Michel Temer deu “a boa notícia”, como ele mesmo definiu, ao participar de solenidade comemorativa ao Dia da Indústria e da posse do novo presidente da FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais), em Belo Horizonte, e foi muito aplaudido.
Nota da Prefeitura de Santo André diz que as empresas de ônibus não estão recebendo combustível. Para que no final de semana a população não fique sem transporte, as linhas vão operar a partir desta sexta-feira com frota reduzida.
As empresas Guaianazes, Curuçá, ETURSA, Parque das Nações e Vaz, vão operar com 65% da frota programada de hoje a domingo. Já a Suzantur e Urbana vão operar normalmente.
A SBCTrans decidiu manter 100% da frota em circulação em São Bernardo. A empresa havia comunicado que reduziria a frota nos horários de menor demanda, mas a direção mudou de ideia.
Com a greve, gerou-se o ciclo de desabastecimento. Postos deixaram de receber combustíveis, o que gerou filas intermináveis de veículos. Nos supermercados, produtos começaram a faltar e a venda de itens passou a ser limitada. Nos centros de distribuição de alimentos, como a Craisa, verduras, legumes e frutas faltaram e o preço subiu nas alturas.
Também a produção de veículos no Brasil para hoje. A confirmação vem da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Todas as fábricas ficarão fechadas. Ontem, 19 fábricas pararam devido a falta de peças e problemas de logística. A Anfavea diz que já espera impactos para este mês na produção, nas vendas e nas exportações.
Segundo a Anfavea, a greve afetará significativamente os resultados para vendas, fabricação e exportação. A indústria automobilística gera de impostos mais de R$ 250 milhões por dia, e isso terá forte impacto na arrecadação do País.
Entre as fábricas que pararam ontem estão Ford, Volkswagen, Fiat Chrysler, Chevrolet, Toyota, Nissan, Honda, Renault, Peugeot, Citroën, Caoa Chery e Scania. No ABC, Ford e Volks já não produzem desde quarta. A GM disse: “As linhas de produção começam a ser paralisadas e também estamos enfrentando dificuldades na distribuição de veículos à rede de concessionárias”.
