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O legado de André Beer, último capitão da indústria automobilística

Um bairro praticamente só de estrangeiros. “Não se ouvia falar português, e foi lá onde eu cresci”.

O legado de André Beer, último capitão da indústria automobilística

Antes de nascer eu já tinha ligação com São Caetano do Sul”, costumava contar André Beer, famoso pelos 48 anos e três meses de trabalho na General Motors do Brasil, onde foi o vice-presidente que mandava nos presidentes, como sempre destacaram os grandes jornalistas destacados para cobrir a indústria automobilística no ABC. E agora, depois de nos deixar no sábado (8/11), aos 87 anos, ele mantém ainda mais viva sua ligação com a cidade que adotou, através do legado que deixa, e que continuará forte com o trabalho de seu filho Ricardo Beer.

Rua paraíso

André ressaltava sua ligação com São Caetano porque seus pais casaram-se na chamada “Matriz Velha”, bairro Fundação, na Praça Comendador Ermelino Matarazzo, em 1931, mas foram morar na rua Paraíso, em Santo André, onde ele nasceu.

Um bairro praticamente só de estrangeiros. “Não se ouvia falar português, e foi lá onde eu cresci”. Diz em conclusão.

“ÚLTIMO SENHOR”

Quem define Beer como “o último Senhor da indústria automotiva” é um dos mais respeitados jornalistas do setor, Vicente Alessi-Filho, diretor de Redação da AutoData, com passagens brilhantes pela Quatro Rodas, Senhor e outras publicações.

VIRTUDES

Em sua reportagem sobre a morte de André Beer, Vicente Alessi-Filho escreveu:

Destaco duas de suas virtudes: somadas tornaram-no o mais importante executivo histórico do setor automotivo brasileiro, distinção que divide com Wolfgang Sauer, da Volkswagen: tolerância e pedagogia”.

MAESTRO

Com 18 anos de idade, André Beer formou sua orquestra.

Tinha dons de músico.

E a manteve em atividade por nove anos, quase 10, porque aos 27 anos teve de optar entre a música e o trabalho na GM.

Com três filhos, obviamente ele optou pela General Motors, onde tornou o “maestro de todos nós”, nas palavras de Luiz Adelar Scheuer, da Mercedes-Benz,

um de seus sucessores na presidência da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), também muito bem lembrado por Alessi (que não é parente deste colunista).

RECONHECIMENTO

Exemplo claro desse reconhecimento de todo o setor estava estampado nas coroas de flores que superlotaram as dependências do velório na Abcel, na avenida Presidente Kennedy, na manhã de domingo, em S. Caetano.

FAMÍLIA

Em suma,

Só tinha uma coisa que superava minha paixão pela General Motors: a minha família;

a música vinha em terceiro lugar, e eu gostava por causa do meu pai, que era um extraordinário violinista,

além de mestre na arte de produzir instrumentos”, disse em conclusão em certa oportunidade o executivo.

PROGRESSO

Ele sempre manifestou o orgulho de ter progredido dentro da GM.

SINDICALISMO

Comandante da GM na época da retomada do movimento sindical com mais força no ABC, André Beer teve a capacidade de fazer do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul

“quase um aliado da empresa”, como sempre fez questão de destacar.

CONSULTORIA

Depois que aposentou-se, há cerca de 20 anos, André Beer dedicou-se à consultoria,

trabalho que agora deverá ter sequência com o seu filho Ricardo Beer.

André Beer, um líder do setor
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