Editorial – O direito errado

  Após a falência estrutural dos militares no poder e a Constituição de 1988, a legislação penal afrouxou-se a favor da bandidagem. Aprovaram o Estatuto da Criança e do Adolescente, considerando “infrator” o “dimenó” que mata, estupra, trafica, rouba e barbariza com menos de 18 anos; esvaziaram punições para crimes hediondos com progressões de pena e outras amenidades e, na prática, retiraram do cidadão de bem o direito de autodefesa com a Lei do Desarmamento. Com as benesses atribuídas pelos legisladores a criminosos, a polícia enxuga gelo, o juiz tem de soltar facínoras de todo calibre, não se cumpre a íntegra da pena e a cidadania está refém do crime organizado ou não. Por que? 
A ideologia pseudo-humanista dos legisladores e juristas (salvo honrosas exceções) nega-se a reconhecer fatos como índole e caráter, dando ao ser humano a “bondade” açucarada proposta por Rousseau: “- O homem é bom, a sociedade é que o corrompe”. 
A realidade é outra: somos a única fera que, na Natureza, precisa de polícia, leis, cadeia… a sociedade é que a contém. Agregue-se, ao pacote hipócrita de incentivos ao crime já presente na atual revisão do Código Penal, um Estado corrompido, gerador de insegurança e maior beneficiário dessa política de facilitação ao delito e impunidade. É a doutrina dos direitos dos criminosos com total desprezo ao direito das vítimas. Resta alguma dúvida?