Editorial – O modelo
O fato do Ministro da Justiça e o Diretor Geral da PF serem “cargos de confiança” do governo de plantão agrava a coisa. Simples: se o comando geral de uma instituição não depende de concursos e, sim, de interesses políticos escusos, ela atenderá a tais fins e não aos ditames da Justiça.
A resultante dos inquéritos resume-se na trombada entre as técnicas da polícia com as manobras da política. Os procedimentos de uma e de outra raramente – ou nunca – coincidem. A polícia quer botar bandido, político ou não, na cadeia. A política, no modelo mencionado, quer manter seus lacaios livres no jogo do poder.
No “modelo de governança viciado” uma tem estrutura sob normas estritas e recursos restritos. É subordinada. A outra tem interesses difusos e recursos infinitos – sempre originários da corrupção – e é determinante em ambas condições. Os resultados são bem conhecidos e emblemáticos…
Dizem que a PF conta com mais de 70% da simpatia popular. O atual governo e sua claque política não chegariam a 6%. Todavia, a PF não funciona apenas com simpatia: exige atitudes firmes da cidadania para mudar o modelo sinistro que aí está!