Em contrapartida, os trabalhadores abriram mão de alguns direitos, entre eles a redução escalonada do percentual do adicional noturno, dos atuais 30%, para, em 2020, 20%, mínimo permitido por lei. Para novos contratos, o acordo já passa a vigorar. Outro item é que em 2018 não haverá reajuste com base no índice da inflação, e sim um abono no valor de R$ 4 mil, que não será incorporado ao salário. Em 2020 a montadora oferece reajuste salarial de 100% da inflação do ano anterior, e prêmio de assiduidade.
A PLR (Participação de Lucros e Resultados), segundo Francisco Nunes Rodrigues, vice-presidente do Sindicato, foi praticamente aprovada por unanimidade, e prevê o pagamento de R$ 12 mil para este ano, caso a meta de 100% de produção seja atingida. A meta ainda não foi definida.
Ainda de acordo com Nunes, o acordo traz tranquilidade ao trabalhador e ao Sindicato. “A empresa vai investir na nossa planta a partir de 2018, com novas linhas de veículos, e assim ficamos garantidos que a planta fique ativa até 2028, com reformulaão total. Já estamos acreditando em novas contratações não para este ano, mas reabrir um terceiro turno em 2018 ou 2019”, estimou o sindicalista, que concluiu, “determinante foi não termos mexido na cláusula 42, para quem tem sequelas ou adquire doença profissional, somente os novos contratados terão estabilidade de um ano. Mas, com a linha mais moderna o índice de lesões serão menores. Foi fundamental os trabalhadores entederem que estão abrindo mão de algumas coisas, mas que no futuro podem recuperar, garantindo o emprego”.
A planta de São Caetano fabrica o Cobalt, o Spin, a Montana e uma versão do Onix. O acordo vale, apenas, para os 6 mil trabalhadores da linha de produção. Os trabalhadores param as atividades a partir desta semana e só retornam dia 27 de março.
