AtualidadesGeralHome

Lula pede recuperação dos direitos dos trabalhadores e regulamentação da atividade em aplicativos

Em ato das centrais sindicais para celebração do Dia do Trabalhador, neste domingo (1), em São Paulo,

 

Em ato das centrais sindicais para celebração do Dia do Trabalhador, neste domingo (1), em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou em defesa do restabelecimento dos direitos trabalhistas, destruídos após o golpe que tirou Dilma Rousseff do poder em 2016 e com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, e defendeu, especificamente a necessidade de regulamentar direitos básicos para daqueles que atuam em aplicativos.

 

“Vamos ter que sentar numa mesa e regulamentar a vida das pessoas que trabalham com aplicativo, dizer que não podem ser tratados como se fossem escravos, que precisam ter direito a um programa social, assistência médica, seguro para quando bater o carro, a moto ou a bicicleta e descanso semanal remunerado porque a escravidão acabou”, disse, acrescentando que, num eventual novo governo, os trabalhadores serão convidados a debater as políticas públicas que querem, como foi feito nos primeiros governos do PT, por meio da realização de 74 conferências nacionais.

Em referência ao alto custo de vida e inflação de abril medida pelo IPCA-15, do IBGE, de 1,73%, a maior dos últimos 27 anos para o mês, Lula afirmou que o descontrole dos preços leva ao empobrecimento do trabalhador e disse ser preciso fazer uma “luta incomensurável” para reduzir a inflação e transformar o que é inflação em aumento de salário para que o povo possa viver melhor.

Ele lamentou o fato de hoje o Brasil ter 19 milhões de pessoas passando fome e outras 116 milhões com algum tipo de insegurança alimentar e disse ter orgulho de os governos do PT terem possibilitado acordos salariais com aumento real, considerando a inflação e a elevação do PIB do ano anterior.

“Tenho orgulho de que nos governos do PT criamos 22 milhões de empregos com carteira assinada. As centrais sindicais sabem que durante todo o nosso governo, 90% dos acordos salariais tiveram aumento real. Hoje apenas 7% tem aumento real. A maioria ou é apenas a inflação ou nem mesmo a inflação”, afirmou.

Lula apontou o setor de cultura como um nicho de geração de empregos e disse que o Brasil está precisando de emprego bem remunerado, salário decente, moradia para o povo pobre, com financiamento habitacional, recuperação da Petrobras e Eletrobras como estatal para responder por programas importantes como o Luz para Todos.

O ex-presidente defendeu que, em vez de salões de tiros e estímulo à violência, o Brasil tenha salões para fazer bibliotecas para que o povo aprenda a ler e internet banda larga para o filho do trabalhador.

Desculpa aos policiais

Lula abriu o discurso com mensagem aos policiais. Em declaração no sábado, ele quis dizer que o presidente Jair Bolsonaro só se preocupa com milicianos, mas acabou dizendo que o presidente não se preocupa com gente, mas só com policiais. Segundo Lula, os policiais são trabalhadores e responsáveis, muitas vezes, por salvar a vida do povo trabalhador.

“Eu queria dizer que Bolsonaro só gosta de milicianos e não gosta de gente e falei que ele só gosta de policiais, não gosta de gente. Quero aproveitar e pedir desculpas aos policiais desse país, que muitas vezes comete erros, mas muitas vezes salva o trabalhador e temos que tratá-lo como trabalhador. Escolhi o meio dos trabalhadores para pedir desculpas aos policiais que, por acaso, se sentiram ofendidos com o que eu falei”.

 

Perda de direitos

Lideranças sindicais e demais políticos que discursaram durante o ato reclamaram das perdas que os trabalhadores brasileiros tiveram com a reformas trabalhista e da Previdência.

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse que o Brasil passa por um momento delicado, com todas as centrais sindicais sendo gradativamente destruídas para garantir que lucros aumentem às custas do trabalhador e que precisa retomar a democracia e o desenvolvimento social. “Ele vai ao mercado e a cada mês compra menos comida, tem menos serviços públicos à sua disposição, com tudo de ruim que o neoliberalismo trouxe para o país. Vamos recolocar esse país no trilho da democracia e do desenvolvimento social.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, disse que os atos de primeiro de maio demarcam a luta pelos direitos à maioria do povo brasileiro. “Aqui está quem quer debater a renda, o emprego, a carestia, a qualidade de vida do povo. Infelizmente, o Brasil de hoje é governado por um homem que coloca na centralidade da pauta os interesses pessoais.

Segundo ela, a causa da tristeza do povo brasileiro é não ter projeto, a gasolina ser cara e as pessoas não conseguirem comprar o necessário para o sustento das famílias. “Sobretudo a democracia tem que ser consistente para a vida do povo, democracia para nós é ter direito ao emprego, à renda, à comida, à saúde, à educação. É isso que queremos”.

Mostrar Mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo