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Há 57 anos as coisas eram diferentes heim!

Marcelo Aquilio

 

Na minha infância me esforçava para tirar notas azuis e quando o “boletim” era entregue, a angustia para verificar as notas eventualmente    VERMELHAS era grande. Tinha que ser acima de 6. Afinal de contas,  “ você só faz isso” certo?!!Certeza que você já ouviu algo parecido.

Nessa época tínhamos uniformes e o material escolar comprados pelos nossos pais! Calçadoera  ki Chute ,  melissa… não tínhamos celular… As pesquisas da escola eram feitas na biblioteca municipal e tínhamos uma ficha de cartolina onde era registrado o livro retirado e a data a ser devolvido.O silêncio deveria ser absoluto, o que era quase impossível para uma turma de moleques com os hormômios em alta.

O trabalho era escrito à mão e na folha de papel almaço, a capa era feita com papel sulfite ou em cartolina, comprada naquela lojinha perto da escola, onde o dono sabia exatamente qual o tipo de folha vender. Tinha dever de casa pra fazer, a mal fadada “TAREFA”,tinha educação Física de verdade, tínhamos  carteirinha onde na entrada era carimbadp presente , se atrasasse, tinha que fazer uma justificativa dos pais ou responsáveis….Ainda  cantávamos o Hino Nacional no pátio uma vez por semana antes de ir para a sala de aula, onde era hasteada a Bandeira durante o Hino e a bandeira deveria chegar ao topo do mastro ao final do hino… Teve uma época que tínhamos aulas de religião , aulas de Educação Moral e Cívica!

Na escola tinha o Gordo; a Magrela, a Chata, quatro olhos; a Baixinha; Olívia Palito , o Cabelo Bombril; Narigudo e por aí vai… Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade.  Existia o valentão, mas também existia quem defendesse.

Época em que ser gordinho(a) era sinal de saúde. A frase “peraí mãe ” era para ficar mais tempo na rua e não no computador ou no celular…

Colecionavam-se figurinhas, bolinha de gude, papéis de carta, selos! As brincadeiras eram saudáveis, brincávamos de bater em figurinhas. Adorava quando a professora usava mimeógrafo e aquele cheiro do álcool tomava conta da sala.

Na rua era jogar bola, queimada, taco, pular corda, subir em árvores, pique-esconde, polícia e ladrão; andar de bicicleta ou carrinho de rolemã; soltar “papagaio “ ; e ficar na rua até tarde.

Muitas vezes com a mãe tomando conta sentada no portão , ou com  as vizinhas ( grandes amigas) , conversando alegres.

Comia na casa dos colegas e quando chegava em casa tomava bronca  por isso (“Não tem comida em casa?”). Não importava se meu  amigo era negro; branco; pardo; rico; pobre; menino; menina, todo mundo brincava junto e como era bom!  maravilhoso! Assistia Pica-Pau;Tom e Jerry; Os Flinstones, Pantera Cor de Rosa; Corrida Maluca ,o gordo e o magro,  os três patetas, e vários outros…

Que saudades desse tempo em que a chuva tinha cheiro de terra molhada! Época em que nossa única dor era quando passava Merthiolate nos machucados, hoje até isso mudou,  nem arde mais. Felizes em comparação com esse mundo de hoje onde tudo se torna bullying. Nossos pais eram presentes, mesmo trabalhando fora o dia todo, educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola por aprontarmos. Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa. Xiiii… era aquele olhar de “quando chegar em casa conversamos”.

A doença mais temida era uma blenorragia, uretrite gonocócica, ou gonorreia, doença causada pela bactéria Neisséria Gonorrhoeae.

Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem, pedíamos a benção, chamava meu pai de senhor. Fico me perguntando, quando foi que tudo mudou e os valores se perderam e se inverteram dessa forma?

Qual tempo era melhor? Com menos tecnologia e mais presença???? Mais proximidade e mais carinho???

Poder cumprimentar e dar um forte abraço naquele grande amigo?????Um beijo carinhoso na amiga????

ONDE CHEGAMOS?!!!

O que falar ou aconselhar para nossas crianças???

Só pedir pela ajuda de um “SER” maior, dono e senhor de tudo.

Afinal, o que ELE está querendo de nós???

Quanta saudade!

Sejamos gratos por tudo que vivemos e aprendemos.

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