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Justiça deve valer para todos

A conclusão da investigação da Polícia Civil que responsabiliza o empresário de 24 anos, dono da Porshe milionária que matou um motorista de aplicativo na zona leste de São Paulo, já resultou em três pedidos de prisão, que até agora não surtiram efeito. O laudo do instituto de criminalística, constatou que o veículo, avaliado em R$ 1,2 milhão, trafegava a 156 km/h, quando atingiu o Renault Sandero onde estava o motorista que perdeu a vida por conta da irresponsabilidade do condutor, que aparentava estar embriagado, e saiu do local para prestar socorro. A Justiça havia negado outros dois pedidos de prisão contra o empresário, mas impôs fi ança de R$ 500 mil e suspendeu sua CNH.

Ou seja: o milionário paga a fiança e fica solto, como se a vida do motorista de aplicativo não valesse absolutamente nada? A nossa Justiça não pode continuar sendo branda nas situações em que o rigor da Lei deve ser exercido. Com a devida conclusão do inquérito, não há mais o que se esperar, a não ser acatar o pedido de prisão, e responsabilizar o indivíduo pelo ato inconsequente que cometeu.

Quantos casos já presenciamos no Brasil em que o poder financeiro de quem tem mais, acaba prevalecendo em detrimento da moralidade e do exercício daquilo que é certo?

A sociedade brasileira não tolera mais qualquer resquício de complacência com o erro, principalmente de um caso que está mais do que evidente, através das investigações, de que uma vida foi ceifada através da mais completa imprudência de um sujeito que pensa estar acima de tudo e de todos por sua condição, algo que no Brasil parece ser uma ‘’licença’’ para se fazer o que quiser. É só pagar uma fiança e está tudo ‘’bem’’.

A expectativa pela prisão do dono da Porshe tem sido grande. Resta saber se, assim que determinada pela Justiça, quanto tempo ele fi cará recluso pelo crime que cometeu.

A família do motorista morto, que ainda sente a dor pela perda abrupta, precisa e merece uma resposta.
A vida não há como recuperar, no entanto, há de se fazer justiça pela família.

E é inevitável não mencionar o poder do dinheiro, que tudo move e tudo faz. Mas nem todo o dinheiro do mundo pode valer uma vida.

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