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RELACIONAMENTO ABUSIVO: O DESPERTAR

Delegada Lucy

 

 

Muita gente torce o nariz para temas incômodos como esse, assim como quando o assunto é violência doméstica, machismo estrutural e a “Lei Maria da Penha” – talvez pelo preconceito, já que a questão muitas vezes é associada ao movimento feminista, raciocínio esse que pretendo desconstruir.

Há quem associe a questão à classe econômica, como se fosse exclusividade das classes menos favorecidas, o que é uma inverdade. Igualmente errônea é a visão de que relacionamento abusivo se traduz apenas na violência física, quando essa é só a ponta do iceberg, por assim dizer. Outras vezes, é o total desconhecimento sobre esse processo psicológico que envolve especialmente as mulheres mas que, não se enganem, não afeta só quem está nesse relacionamento e quem o rodeia, mas toda a sociedade.

E pasmem, o preconceito que menciono aqui não vem apenas dos homens, mas também das mulheres, muitas das quais sequer conseguem perceber que não vivem um relacionamento saudável.

Ainda pesa sobre a sociedade moderna o papel histórico da mulher, de coadjuvante do universo masculino e, verdade seja dita, a culpa nem é só deles, pois ainda há muitas mulheres que comungam dessa visão, mesmo que não percebam isso – basta observar o comportamento e o pensamento de muitos, através de frases do tipo: “mulher gosta de apanhar”, “se apanhou é porque mereceu” – às vezes ditas ou, quando não ditas, pensadas, independentemente do sexo.

Só quem vivencia um relacionamento não saudável conhece as suas agruras: além de experimentar a desconstrução da própria identidade e lutar para se libertar dessa verdadeira prisão emocional, ter que enfrentar não só o agressor como, também, todo um pensamento retrógrado que não compreende ou não quer lidar com a questão, com a seriedade que ela exige. Eis uma apertada síntese desse assunto, impossível de ser esgotado nessas poucas linhas, e que merece sequência.

 

Delegada Lucy

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