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O “óbvio ululante”

Editorial - 05/05/2020

Para os nazistas, Hitler sempre tinha razão. Para os bolcheviques Stalin sempre tinha
razão. Não importa se por fascínio ou tara congênita, oportunismo ou medo, as récuas
sempre curvaram-se, submissas, aos delírios de tiranos vis e celerados totalitários.
Diriam, os sertanejos, que o boi preferiria a cangalha a virar churrasco. Emasculados,
submetem-se ao jugo em torpe astenia e aceitação mórbida dos piores maus-tratos.
Potencializando, é o tal “efeito manada” tão comezinho na história humana.
Pensar requer coragem. Dá trabalho e dói. A busca da verdade é algo arriscado,
mesmo perigoso. Lemos em João 8:32: “A verdade vos libertará”. Para delinquentes
pode dar cadeia, na vigência do chamado “Estado de Direito”.

Um exemplo simples: entre creditar um indivíduo participante de conspiração para
botar bombas em quartéis por discrepar do comando da própria instituição, ou um juiz
que em sua longa carreira botou centenas de criminosos na cadeia, há dúvidas?
É nosso parecer que nenhuma. Somente estrita má intenção daria razão ao primeiro.
Assim, parece-nos invulgar perguntar, ainda que ingenuamente, quem tem razão:
Moro ou Jair? Um errou ao acreditar em mitos e não escolher melhor aonde amarrar
seu jegue. O segundo, não há condições de apontar-lhe os “erros”, tantos são.
O notável escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues chamaria a questiúncula de “óbvio
ululante”…

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