Artigo

Desrespeito explícito

Juliana Teixeira

Perdi a visão há treze anos. Desde então, tenho enfrentado dificuldades de toda natureza, em função da falta de acessibilidade generalizada; algo comum às pessoas com deficiência; que têm de encarar inúmeros obstáculos e barreiras no dia a dia, tornando suas vidas ainda mais árduas; contudo, procuro compreender essa situação inexplicável.

Sou otimista e sigo afirmando, até para mim mesma; que a razão primordial para a ausência de iniciativas e políticas públicas dos Poderes Executivo e Legislativo decorre da falta de conhecimento sobre o assunto.

Teimo em acreditar que essa problemática não pode ser resultante de má vontade política, afinal, qual seria o interesse em excluir deliberadamente 25% da população? Ressalto que se trata de uma expressiva parcela da sociedade – além de seus familiares – que contribui para o desenvolvimento da economia local; como consumidores, e pagam seus impostos.

Seria, portanto, um contrassenso, uma verdadeira tolice negligenciar esses cidadãos, que são eleitores e contribuintes. No entanto, há uma extensa variedade de ações; programas e serviços tão óbvios que já poderiam ter atendido a principal demanda dessa parcela da população; atenuando essa falta de acessibilidade absurda.

O desrespeito aos nossos direitos está tão explícito que chega a ser indecoroso. Confesso a vocês que, muitas vezes, me questiono se não estou sendo ingênua demais ao atribuir tudo isso à “eterna” ignorância sobre a temática.

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