Editorial

Editorial – Morte anunciada

Quando João Goulart ratificou a Lei de Remessas de Lucros (Lei 4.131/1962) aprovada no Congresso, assinou sua deposição. Duas multinacionais gigantescas, dentre outras, seriam atingidas pelo diploma: a Ford e a GM.

O controle de lucratividade em benefício do país era-lhes inadmissível. Enviavam às matrizes quanto queriam, quando queriam. Dominaram a produção veicular por décadas, mas, novos produtores entraram no mercado nos períodos seguintes.

A certeza do domínio absoluto do mercado em países atrasados foi-lhes fatal. Não evoluíram na velocidade de competidores seja na produção de veículos leves mas, e principalmente, de pesados, caso da Ford.
Europeus e asiáticos, tecnicamente mais avançados, passaram a ditar as normas do mercado com melhores produtos, preços e serviços. As citadas perderam o “timing” dos novos tempos.

Em lenta agonia arrastaram-se na década de 90 e neste século. As crises sucessivas de produtividade – portanto, de lucratividade – levaram as gigantes de outrora a encolherem-se em baita saia justa no mundo todo.
O fechamento da planta da Ford Caminhões em São Bernardo e talvez da fábrica da GM em São Caetano vem do atraso tecnológico, na política de investir o mínimo para lucrar o máximo e, as cidades, que se danem.

Prefeitos regionais, de cabelos em pé, mostram-se apavorados com os rombos orçamentários, porém, é morte de há muito anunciada…

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