Ricardo Boechat, ícone do jornalismo brasileiro, nos deixou. O Brasil fica sem um dos melhores comunicadores jamais havidos; caracterizado pela independência decorrente de seu compromisso com a verdade, honrando não só a imprensa, como seus milhares de ouvintes pelo país e mais além.
Partiu como viveu: travando o bom combate! Atraiu tanto a admiração sóbria dos justos, quanto o ódio irracional dos injustos. Não tendo cafajeste predileto, não defendia causas perdidas e insistia na busca de fontes de informação fidedignas, para alicerçar notícias, comentários e denúncias.
Pessoa singela, intensa, racional e irreverente, marcou o jornalismo pela fidelidade a valores e princípios inquestionáveis, sem os quais não há jornalismo: coragem e compromisso com a verdade dos fatos. Democrata sem jaça, falava pelo povo, com o povo e para o povo.
Humilde, sabia que podia incorrer em erro. Sua frase “posso estar pondo a língua na guilhotina” tornou-se um mantra: na dúvida, perguntava. Acreditava mais nela – enquanto catalizadora do conhecimento – que em “verdades” prêt-à-porter.
O vazio de sua partida é irreparável. Diz-se que ninguém é insubstituível, porém, alguns são mais insubstituível que outros. Boechat, ao nos dar parâmetros do bom jornalismo fez escola, seja pelo senso crítico apurado, quanto pelo bom humor bem ajustado.
Até um dia, Mestre! E vamos tocar o barco…
