Editorial – “Mano Puliti” e Lava Jato
O sistema reagiu e, nos inícios deste século e ante a inércia popular, botou tudo por terra. Basta ver que elegeram seguidamente, para Primeiro Ministro, o “capo maggiore” Berlusconi, um fanfarrão, corruptor e corrupto que encarnava a velha política podre italiana. A canalhocracia criou leis para burlar a Justiça, e fim de papo.
Aqui, a Lava Jato de início também ganhou espaço, mídia e fama, até trombar com o núcleo do sistema e confrontá-lo. Pararam-na em Brasília. Tem hoje contra si, além de todos os involucrados em patifarias e suas tropas de choque políticas e judiciais, a inércia bovina dos mais prejudicados: a população. E fim de papo.
A Justiça no Brasil, além de ver muito bem, sempre foi prodigamente falante e extremamente ágil ao acoitar os que detêm poder e dinheiro ou língua solta e minimizar-lhes “mal feitos”. É o caso do estatuto da “delação premiada” privilegiando descaradamente figuras tóxicas em todos os níveis, dos municípios à União.
O desfecho do “Caso Cressoni”, em São Caetano, também deu provas disso. Contou tudo, menos onde cafofou o dinheiro.