Politica

Editorial – O Bicho-Papão e o Hino

 O Hino Nacional é bela peça retórica, nos moldes dos rococós oitocentistas anteriores ao pragmatismo novecentista da Revolução Industrial. Hoje vai, lenta e inexoravelmente, servindo apenas para enfeite de cerimônias “pagãs”, como jogos de futebol e peripécias políticas. 
Os mais de 300 picaretas – no dizer do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no apogeu do Mensalão e que os tinha no bolso – que estupraram as Dez Medidas Contra a Corrupção nesta semana na Câmara e enviaram ao Senado o famigerado texto de proteção à impunidade e engessamento do Judiciário, levaram à insólita ameaça da Força Tarefa da Lava-Jato: desistir da única coisa séria ocorrida neste país nos últimos 40 anos.
O Bicho Papão Renan – um dos políticos mais influentes pelo que sabe, e desmoralizados do país, pelo que faz – levou um chega pra lá ao tentar pôr em votação sumária o passa-moleque. A canalhocracia não venceu ainda, no Senado. Insistamos novamente: o Congresso não resolve problemas: ele é o problema. 
Sem o tal “povo” nas ruas, o estupro da proposta de faxina ampla, geral e irrestrita só podia dar no que está dando nesta nação infeliz: numa baita derrota dos que ainda acreditam num país mais próspero e feliz, por mais justo. E daí? 
Daí, Dr. Dallagnol e parceiros da Lava-Jato, como é que fica o esplendoroso verso do Hino Nacional: “… verás que um filho teu não foge à luta…”?
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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