Editorial – Se o bicho pegasse…
Hipoteticamente chegaríamos acima de um milhão e meio de presidiários, ao custo de mais de três bilhões de reais/mês ou uns quarenta bilhões/ano. Primeiro, não há presídios suficientes. Segundo, o Estado e, portanto, o país, estão quebrados. Terceiro: as leis foram feitas para beneficiá-los. Seria missão impossível.
Assim, hoje vão para a cadeia apenas os bois de piranha, enquanto o resto das quadrilhas cruza, festeiro, o mar de lama. Dá-se um placebo à sociedade teoricamente indignada e tudo segue como dantes em terras de Abrantes. Essa é a mutreta bem sucedida da canalhocracia eleita pelo voto.
O tal “gigante adormecido” segue roncando, bêbado, sem ouvir de nenhum povo heroico “o brado retumbante”. Os excepcionais e raros heróis da batalha contra as máfias empoleiradas no poder estão sozinhos. Os salafrários-mor não precisam preocupar-se: o bicho não pegará ou comerá.
O velho bordão “cada povo tem o governo que merece”, no Brasil, é o axioma da equação que nunca fecha…