Política

Editorial: A verdade

 Em novembro de 2002 afirmamos que o recém eleito Luiz Inácio da Silva teria a chance de tornar-se um notável fato histórico ou pífio mito (“narração escrita ou oral, de caráter maravilhoso; forma de pensamento oposta à do pensamento lógico e científico”). Em janeiro de 2003, no discurso de posse, o novel presidente afirmou que seus ministros teriam de “amassar barro pelo país”, estar junto ao povo. Não aconteceu, a intenção era outra e de consequências dramáticas.  A 24ª fase da Lava-Jato (Operação Alétheia: “a busca pela verdade”) não se constitui, em si, num fato histórico: é exclusivamente mais uma etapa de um processo judicial tão complexo e intrincado quanto necessário e coerente. Por mais manobras e ameaças e por mais factoides e firulas para desqualificar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal, não haverá a guerra civil tão temida pelas oposições fragilizadas.  A utopia acabou. Agora, Lula terá a oportunidade de provar ser, realmente, a criatura mais honesta da galáxia ou indiciado como reles malfeitor, membro – senão chefe – de uma quadrilha que arrasou o país. Inocentado, ressurgirá como lenda e líder. Se não, terá de arcar com as consequências de um pesadelo anunciado. Dependerá não mais de discursos empolgados e bazófias, de ações de rua e arruaças, mas, da veracidade das provas e da isenção da Justiça. Quem não deve não teme, certo? 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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