O presidente da Câmara de São Bernardo, José Luis Ferrarezi (PT), criticou o vídeo feito pelo prefeito Luiz Marinho (PT). Segundo o parlamentar, o petista teria sido “perfeito” se tivesse deliberado a questão previamente para evitar toda a repercussão que o episódio ganhou. Detalhe: ‘antes, mas com a participação da base’. “Esse vídeo não poderia ser feito agora. Deveria dialogar com os vereadores antes. Essa relação distante não é boa pra ninguém. Vereador só sabe quando acontece. Significa que não somos instância de decisão”, disse, ao revelar que soube da divulgação do vídeo só depois de o material “cair na rede”. CoroO vereador Tião Mateus, que será o líder da bancada a partir de fevereiro, endossou a fala do correligionário. “Falta comunicação e interação entre a Administração e a bancada de sustentação. Não pode fazer algumas coisas sem conversar minimamente com os vereadores”, reclamou. A queixa da base petista não é de hoje. Ao longo de toda a atual legislatura, os petistas reivindicaram maior interlocução com o Paço. LimiteFerrarezi revelou também que ao conversar com Marinho no início da semana externou o sentimento de que os vetos – não só o referente à ideologia de gênero – deverão ser tratados no limite do prazo. “Pedi para todos ficarem na paz. Vamos tratar cada um no limite da data, pois essa briga faz mal a todos”, explicou. Neste prisma, o veto sobre a ideologia ganhará holofote do plenário só no final de fevereiro. ImpasseMesmo com a mensagem do prefeito de que enviará um novo texto com a proibição da ideologia de gênero em todas as escolas, o tema ainda está longe de chegar ao último capítulo. Isso porque ainda impera a dúvida sobre a abrangência que os poderes Executivo e Legislativo municipais teriam sobre o assunto. “Isso não está claro. Vamos analisar o projeto porque o Marinho não pode legislar sobre questão estadual. Se isso ocorrer, não tem como não derrubar o veto. Vamos procurar o jurídico da Prefeitura e da Câmara”, ponderou Tião. Impasse 2Já entre os integrantes do G9 – grupo de vereadores que apoia o Executivo, mas atua de forma independente da base petista na Casa – o sentimento permanece o mesmo: derrubar o veto. “Não tem problema ele mandar projeto para fechar mais ainda a questão. Vamos aprovar. Mas não queira mandar um projeto para acatar o veto dele. Não existe esse condicionamento. Nós vamos derrubar o veto”, disse Rafael Demarchi (PSD), um dos nove. Segundo ele, o grupo se reunirá na próxima semana para fechar questão sobre o assunto.
