Em março, Thamires Silva Souza, 10 anos, que tem transtorno do espectro autista, recebeu em casa colegas de classe da Emeb Profª Kazue Fuzinaka, no Bairro Rudge Ramos. De acordo com a diretora da escola, Andréa Dias da Silva, a visita, ideia da aluna, foi um sucesso: “Muitos disseram que foi o melhor passeio de suas vidas. A Thamires ficou muito feliz de mostrar seu quarto aos colegas.” A visita, aparentemente simples, na verdade é apenas um dos resultados do bem-sucedido processo de acolhimento e integração da menina à escola, que envolveu os pais, professores, gestores e colegas de classe.Com dificuldade para lidar com suas emoções, mudanças bruscas de rotina e frustrações, foi preciso garantir a Thamires uma sala de aula com menos alunos e com colegas conscientes e dispostos a ajudar na inclusão da nova colega de classe. Também fez parte do trabalho com a turma reuniões com os pais para esclarecer dúvidas e temores. Thamires, que está no 1º ano do ciclo II, adequado à sua idade, conta também com o apoio de um professor do Atendimento Educacional Especializado e de um auxiliar de Educação de Apoio à Inclusão. Para Sebastião Ismael de Sousa, morador do Parque São Pedro, essa rede de cuidados é essencial para a filha: “No começo a gente ficou com um pouco de receio de ela não ser aceita. Mas agora ela se sente parte do grupo. Em uma escola não inclusiva ela estaria desaprendendo. Hoje percebemos que o lugar de nossa filha é aqui. Ela está aprendendo muito.” Para ele, o processo de inclusão também acaba fazendo com que os colegas da aluna aprendam a respeitar e conviver com as diferenças.Thamires, que gosta de brincar de boneca com as colegas e sabe ler e escrever muito bem, já está preparando nova visita dos amigos à sua casa.
