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Agricultores de Diadema concluem curso sobre plantio e podem tornar-se produtores agroecológicos

A cerimônia de entrega dos certificados aconteceu no Centro Cultural Okinawa, junto com a formatura dos alunos do Horta em Casa. Ambas as ações integram o Programa Agricultura Urbana

 

 

Com a presença de familiares dos agricultores urbanos, de representantes de entidades locais, do meio acadêmico e de cooperativas, foi realizado no último sábado (23/3), no Centro Cultural Okinawa, a cerimônia de entrega de certificados para os integrantes do Programa Agricultura Urbana de Diadema, das ações Hortas Comunitárias e Horta em Casa.

Ao todo receberam a comprovação de conclusão de curso 49 agricultores da cidade, que fizeram a “Formação Agroecológica para Produção de Alimentos e Organização Social”, e que atualmente, cuidam de 33 hortas comunitárias situadas em áreas públicas nos bairros.

Ainda neste quesito, outros 200 agricultores urbanos receberam certificados de participação, porque, mesmo não terminando a “Formação Agroecológica”, frequentaram parte das aulas ministradas nas 13 oficinas que compõem o curso.

O estudo sobre o plantio agroecológico foi oferecido, gratuitamente, pelo município, via Secretaria de Segurança Alimentar, e ele é baseado no conceito de respeito ao meio ambiente, seus ecossistemas e o não uso de produtos químicos no manejo.

Os outros formandos, são 23 participantes do Horta em Casa que aprenderam como fazer o plantio em quintais e em pequenos espaços, cultivando verduras, chás e temperos para consumo próprio. O curso também segue princípios da Agroecologia e desde que foi implantado, em 2022, 93 munícipes já aprenderam como fazer uma horta caseira.

Produtores Agroecológicos – “A formação agroecológica foi ministrada pela Cooperativa de Trabalho, Assessoria Técnica, Extensão Rural e Meio Ambiente – AMATER e com ela abre-se a oportunidade para que os agricultores urbanos de Diadema recebam o selo de Produtores Agroecológicos, emitido pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI”, informa o responsável pela secretaria da Segurança Alimentar, Gel Antônio.

O CATI é um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e o processo de certificação acontece em etapas, porque, os plantios nas hortas comunitárias devem ser feitos obedecendo a todos os protocolos da agroecologia.

Mexer com a terra é importante – Também estiverem na formatura o prefeito José de Filippi Júnior, a vice-prefeita Patty Ferreira e a presidenta do Fundo Social de Solidariedade de Diadema Inês Maria.

Ao falar para os agricultores, o prefeito de Diadema disse que cuidar das hortas comunitárias traz mais saúde física e mental para todos. “Quero parabenizar vocês pela realização do curso, aprender coisas novas é muito importante, e dizer que mexer com a terra, produzir o próprio alimento faz milagres. Essas ações, para quem as praticam, trazem saúde mental e física e para quem consome, um alimento de qualidade é fundamental. A boa saúde começa com uma alimentação saudável”, argumentou.

Os agricultores também falaram sobre a participação deles no curso e quanto aprenderam sobre o plantio agroecológico.

 

“Eu não fiz todas as oficinas, mas o que eu vi nas aulas sobre produção de fertilizantes ecológicos foi fundamental para eu fazer o combate de pragas nos canteiros que cuido na Horta 8 de Dezembro,na Vila Mulford”, afirmou a agricultora Vanderli Ferreira Pereira.

Para Teresa Lopes Paiva, da mesma Horta 8 de Dezembro, fazer o curso todo foi gratificante e o aprendizado recebido lhe trouxe vários conhecimentos. “Eu aprendi técnicas novas de plantio e com isso vou poder produzir mais alimentos e de melhor qualidade”, declarou.

A agricultora Benedita Olimpia da Silva, da Horta Takebe, disse que concluir o curso foi muito importante para ela. “Como eu nasci na roça eu já sabia plantar e mexer com a terra. Mas, ao faz o curso, eu recebi tantas informações novas que agora eu sei que as plantações podem crescer mais rápidas e saudáveis utilizando somente adubos orgânicos”.

Durante a entrega de certificados foram montadas barracas para a venda de hortaliças, temperos e chás produzidos pelos próprios agricultores. Muitas pessoas foram até o Clube Okinawa para comprar os alimentos e aproveitam a ocasião para assistir o show dos grupos “Violeiros de Diadema” que cantaram diversas canções da tradicional música caipira.

Entre elas estava a dona Maria Luiza Puntel, que também aproveitou o evento para fazer compras nas barracas. “Eu moro em São Paulo e vim com meu filho que toca nos Violeiros. Vou levar mudas de hortelã para plantar em casa e cebolinha para colocar na comida. É muito bom consumir produtos que não tenham agrotóxicos”, ressaltou.

Há duas décadas – As hortas comunitárias começaram em Diadema há 20 anos, por meio da Lei Municipal (2272 de 2/10/2003), de autoria do então vereador José Antônio da Silva, atualmente, secretário de Saúde do município. No início não chegava a oito hortas e uma das mais antigas, em produção até hoje, é a Horta Comunitária do Jardim Takebe, na região norte da cidade.

O processo do plantio coletivo foi crescendo e em números de hoje, Diadema conta com 33 hortas comunitárias, sendo uma inclusiva; 1.336 canteiros; 413 moradores participantes e 814 beneficiários diretos.

As hortas oferecem uma complementação de renda para o agricultor urbano que queiram comercializar a sua produção e o objetivo principal continua o mesmo: ocupar os espaços públicos de maneira sustentável, promover o consumo consciente e produzir alimentos saudáveis sem a utilização de nenhum tipo de defensivo químico.

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