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Sempre não há a intenção…

 

“Mamãe, um dia eu vou ficar branco?”… uem lembra do vídeo que viralizou nas redes sociais um tempo atrás em que um menino de 5 anos, chorando, contou para sua mãe a situação de racismo que vivia na escola? Nas imagens, a criança fala com a mãe que os colegas o comparam ao “cocô”.
Naquelas imagens, impossível não se emocionar com a posição do menino e a sua mãe tentando, com muito carinho, reforçar a autoestima do filho.
Infelizmente, foi somente mais um episódio de racismo registrado em nosso país que tomou grande repercussão. Esse vídeo foi compartilhado em 2022, passados dois anos, muitos outros casos já vieram à tona. Graças, principalmente, às redes sociais.
Agora, essa pergunta vai para os internautas de plantão, que acompanham tudo que viraliza pelas redes. Como esse menino, que agora deve ter 7 anos, se sentiria ao passar em frente de uma loja e observar, na vitrine, um cesto em que há duas bonecas brancas de um lado, e do outro, uma boneca negra e um macaco com roupas de bebê?
Paralelamente ao caso já relatado, imaginem tantas outras crianças que já sofreram algum tipo de racismo, seja na escola ou na rua, estarem passeando no shopping e ver essa vitrine…
Usando as palavras do professor que denunciou tal fato, em um shopping do Rio, tal cena faz com que “a criança negra internalize sua posição como subalterna e crianças brancas são incentivadas a reproduzir o negro como um animal, um inferior”.
Após o vídeo e a repercussão negativa pelas redes sociais, a loja emitiu um nota negando qualquer intenção de racismo e retirou o boneco da vitrine. Porém, isso só é mais uma resposta em meio a tantas outras que não deveriam nem existir. Aliás, tal fato não deveria ser cogitado para que respostas como esta não sejam emitidas.
Estamos em 2024, a era da informação está aí, todos têm acesso a ela e mesmo assim, atitudes que podem sim ser configuradas ou associadas ao racismo continuam existindo. Por que não evitar isso?
A resposta é sempre a mesma: “não foi a intenção”; “jamais compactuamos com atos racistas”. Cabe às autoridades competentes investigar e julgar o acontecido. Para nós, só resta torcer para que mais crianças não sejam afetadas por atitudes irresponsáveis.

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