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O céu ganha um ilustre ilustrador: Juarez Corrêa

Joaquim Alessi

Dono de um traço marcante, desenhista, ilustrador, cartunista e. acima de tudo, um grande amigo nos deixa hoje: Juarez Corrêa.

Trabalhamos juntos há coisa de 40 anos, por mais de uma década, no Diário do Grande ABC.

Ele valorizando por demais meus textos e colunas com seus desenhos mágicos.

Voltamos a trabalhar juntos entre 2017 e 2019 no ABC Repórter.

São muitas histórias, mas uma das principais envolveu o ex-triprefeito de São Caetano Luiz Olinto Tortorello, e outro grande jornalista que também já nos deixou antes do combinado: Valdenízio Petrolli, que partir também em uma quarta-feira, 20 de janeiro de 2020.

Petrolli sempre foi um gozador e piadista de primeira. Numa dessas, tivemos uma passagem histórica, que rendeu confusão homérica com Tortorello.

Corria o primeio mandato (1989-1992) do “Caipira”, como era conhecido o então prefeito, ou “Forasteiro”, e este jornalista, editor de Política do Diário do Grande ABC, ligou em uma sexta-feira para a assessoria de imprensa da Prefeitura. Petrolli atendeu o telefone (não existia celular à época). Segue o diálogo:

Eu: “Petrolli, boa tarde. Por favor, preciso falar com o prefeito”.

Ele: “O prefeito não está”.

Eu: “Onde ele está?”

Ele: “Em Matão”.

Eu: “Fazendo o que em Matão?”

Ele: “Não te interessa!”

Claro que não havia grosseria, nem desrespeito. Petrolli era assim. Brincalhão.

Mas o jornalista também não perderia a piada por nada.

Chamei o Juarez]

 

Juarez Corrêa

 

Chamei o Juarez Corrêa, espetacular chargista, e pedi: “Jura, por favor, faz uma charge com o Torto (nome abreviado) atrás de uns arbustos, com aqueles óculos quadradões, enormes, e uma cara de espanto, olhos esbugalhados, ok?

Charge pronta, estupenda, só coloquei o título na coluna de Política do Diário do Grande ABC: “Tortorello vai a Matão na moita”.

Segunda-feira, logo cedo (e eu não tinha costuma de ir ao jornal pela manhã, pois sempre ficava para o fechamento até tarde da noite), estava na Redação e toca o telefone:

Eu: “Alô”.

Do outro lado: “Joaquim? Aqui é o Luiz.”

Eu: “Que Luiz?”

Ele: “Luiz TORTORELLO, CARAL…! (e gritou o palavrão).

Eu: “O prefeito, bom dia!”

Ele: “Bom dia, o CACE…”

Eu: “O que foi, prefeito?”

Ele: “O que foi? Foi o que você publicou. Você sabe o que eu fui fazer em Matão?”

Eu: “Não, o seu assessor disse que não me interessava…”

Ele: “Eu fui passar o fim de semana, talvez o último fim de semana, ao lado da minha mãe, no leito de morte dela, que está muito doente…”

Eu: “Poxa, prefeito, desculpa. Se soubesse disso jamais teria brincado com a situação, mas não me foi dito…”

Ele: “Ah, não quero saber. Você sempre brinca com tudo, sempre me critica…”

E passou a gritar um monte de palavrões.

Respondi: “Se é para gritar, eu também sei, estou pedindo desculpas, mas se é para xingar, vai tomar no…”

E bati o telefone.

Ficamos sem nos falar por mais de um ano.

Tortorello meu deu uma rápida entrevista nesse período, à saída do cemitério Santa Paula, após o enterro do primeiro prefeito da história de São Caetano do Sul, Ângelo Raphael Pellegrino, uma “aspas”, como se diz no jornalismo, mas evitava falar comigo.

Jornalismo

 

Mas, hoje o tema não é Tortorello nem Petrolli.

O objetivo é, em primeiro lugar, prestar uma singela homenagem a essa grande profissional de Imprensa.

Juarez Corrêa é, acima de tudo, um ícone do nosso Jornalismo.

Jornalismo com Caixa Alta (nome do nosso time de futebol no DGABC), Jornalismo maiúsculo.

Falar de seus livros, dos Mascotes do Futebol, de tudo o mais o que ele produziu vai exigir muito mais espaço, e menos tristeza.

Fica, em conclusão, para uma outra conversa.

Mas, vale destacar que ele começou aos 15 anos, na extinta Folha de São Bernardo.

Logo foi deixando sua marcante característica na TV Tupi, com ilustrações para os programas da emissora.

No extinto Notícias Populares estreou com o personagem Esquininha em parceria com Guto Franco, em tiras

No Diário do Grande ABC ilustrou o Suplemento Infantil, Diarinho e conquistou espaço cativo nas páginas de esportes, polícia, política e cidades.

Trabalhou também em A Gazeta Esportiva e no site Olé.

Seus personagens ganharam ruas e arquibancadas com os símbolos do Esporte Clube Santo André, o Ramalhão, e o Tigre, mascote do São Bernardo Futebol Clube.

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