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Sociedade civil organizada realizou ato contra a poluição no entorno do Polo Petroquímico

Moradores das cidades de Santo André, São Paulo e Mauá, ambientalistas, ativistas e vereadores realizaram  na n sexta-feira, 25, um ato contra a emissão de poluição no entorno do Polo Petroquímico do ABC. 

 

O ato acontece na avenida das Nações, altura do número 2.878, no Parque Novo Oratório, em Santo André-SP, com concentração as 17h, e faz parte dos protestos da Greve Global pelo Clima na região do ABC.

 

O protesto busca o reconhecimento por parte do Polo Petroquímico sobre a emissão de poluição atmosférica e sonora emitidos pelas empresas do conglomerado e a exigência de soluções aos efeitos nocivos causados aos moradores daquela região.

 

Desde 2002, uma série de denúncias foram apresentadas à Justiça por conta da emissão de poluição em desacordo com a legislação ambiental. Em 2021, a Cetesb, que é o órgão fiscalizador do governo do Estado, aplicou duas multas às empresas do complexo.

 

Há na região uma alta incidência de tireoidite crônica autoimune, a Tireoidite de Hashimoto, entre os moradores de bairros vizinhos ao Polo, nas cidades de São Paulo, Santo André e Mauá, numa população estimada em cerca de duas milhões de pessoas.

 

Os estudos mais consistentes sobre os casos na região são da neuroendocrinologista e professora Maria Angela Zaccarelli, que investiga os efeitos da concentração de poluentes naquele local há mais de 30 anos e apresentou os dados na audiência pública realizada no ano passado na Câmara Municipal de São Paulo.

 

Em 12 anos de estudo, foram identificados 436 casos na região. “O que nos surpreendeu na continuidade do estudo, sobretudo entre 2002 a 2004, foi que fizemos mais diagnósticos (469 casos) do que nos 12 anos anteriores. As pessoas estavam doentes e não sabiam”, declarou.

 

Os moradores reclamam insistentemente da falta de relação com o Cofip – Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC. “Somos tratados com deboche e com riso quando fazemos as reclamações tanto ao Polo quanto à Cetesb”, afirmou Eneida, moradora do Parque São Rafael, em audiência pública realizada na Câmara de São Paulo.

 

Segundo a moradora, os representantes chegaram a afirmar que a fumaça preta emitida pelas empresa era consequência de água de reuso. “Eu não tenho curso de química, mas não sou burra. Quando eu cozinho espinafre a fumaça não sai verde, nem quando cozinho beterraba, ela sai vermelha”, afirmou sob aplausos durante a audiência.

 

Por fazer parte da mobilização mundial da Greve Global pelo Clima, o protesto também tem como reivindicações outras ações de prevenção e de mitigação aos impactos da emergência climática. Entre elas, medidas efetivas de combate às enchentes e aos deslizamentos na região, além da cobrança por moradias populares para a população.

 

A organização do ato conta com diversos representantes da sociedade organizada, como Observatório Popular do Clima, Fridays For Future, os vereadores Ricardo Alvarez (PSOL-SA), Wagner Lima (PT-SA) e Alessandro Guedes (PT-SP).

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