A fórmula de Santo André: estamos vencendo o vírus

 

Há um ano, a pandemia da Covid-19 desafia gestores públicos a adotarem estratégias de contenção do vírus e medidas para garantir a capacidade hospitalar instalada, de forma que o Sistema de Saúde não entre em colapso e pacientes fiquem sem atendimento médico.

Uma luta diária, com decisões pautadas pela Ciência e pela preservação de vidas, a despeito da falta de uma coordenação única advinda de organismos federativos superiores.

Mesmo neste cenário inóspito, Santo André e o Grande ABC vêm se destacando por serem resilientes, mesmo diante do pior momento da pandemia. Resultado que advém de muito planejamento e trabalho, que nos permitiu assegurar que nenhum andreense ficasse sem assistência ou morresse aguardando por vagas em leitos de UTI.

A cooperação entre as cidades permitiu, inclusive, a realocação de pacientes via Sistema Informatizado de vagas, quando municípios menores e menos estruturados colapsaram, além da disponibilização de insumos, no suporte a estes municípios.

Em Santo André, a testagem em massa, realizada em sistema drive-thru, nos possibilitou diagnosticar e tratar pacientes de maneira preventiva e antecipada, evitando a evolução e agravamento dos casos e, consequentemente, aumento da demanda por internações nas UTIs.

Além disso, medidas como telemedicina, a implantação de um Centro Especializado em Covid e a eficiência na aplicação das doses da vacina contra a doença garantiram capacidade maior de resistir, pela qual Santo André vem se destacando.

Já imunizamos mais de 105 mil pessoas, o que corresponde a uma cobertura vacinal de 15%, acima da média estadual e nacional. E a busca por mais doses da vacina não para.

Por meio do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, o município e as outras seis cidades da região – São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires – protocolaram intenções de compra junto a todos os laboratórios que estão produzindo as vacinas.

Mais do que o objetivo de adquirir doses extras, nos preparamos para arcar com as despesas tão logo houver oferta para atender a nossa demanda. Aprovamos o uso dos fundos municipais para a compra de doses do imunizante e para outras ações de enfrentamento à pandemia, com um aporte de R$ 60 milhões.

Aqui, as medidas sanitárias se somaram às ações restritivas de circulação, com o fechamento de serviços não essenciais, lockdown noturno, com a paralisação do Transporte Público, proibição de venda de bebidas alcoólicas, aplicação de protocolos sanitários e de segurança, e intensificação da fiscalização para o combate e dispersão de aglomerações.

Decisões fundamentais para desacelerar a ascenção do vírus e retrair a alta no índice de internações.

No período mais agudo da pandemia, Santo André chegou a registrar 1.100 internados e a ter ocupação média de 94% dos leitos de UTI Covid na cidade. Após a adoção de série de medidas de controle de circulação, nossos números recuaram em mais de 30%, resultando atualmente em cerca de 680 internados, com taxas de ocupação de 83% nos leitos de UTI e 67% na enfermaria.

Mas, o bom desempenho no combate ao novo Coronavírus, observado até aqui, não se limita às ações de fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde), com a ampliação de 70 leitos de UTI, ou à atuação dos hospitais de campanha, Pedro Dell’Antonia e UFABC (Universidade Federal do ABC), com 400 leitos destinados exclusivamente à Covid.

Santo André também focou na solidariedade, para ajudar mais de 100 mil pessoas que estão em vulnerabilidade, por conta da pior crise econômica deflagrada pelo novo coronavírus. Uma campanha idealizada pelo Fundo Social de Solidariedade, capitaneada pela primeira-dama, Ana Carolina Serra, bateu recorde de arrecadações com uma Live em comemoração aos 468 anos da cidade.

Foram 237 toneladas de alimentos doados, além de 350 mil kits de limpeza e R$ 106 mil em recursos coptados, durante duas horas de transmissão ao vivo, na maior campanha solidária da região do Grande ABC. A Santo André Solidária permanece até o fim de abril em pontos de drive-thru arrecadando alimentos, itens de higiene, limpeza e roupas, que beneficiarão as entidades assistenciais do município.

Criar mecanismos de sobrevivência e de dignidade para atravessar este período mais intenso da pandemia, é o que nos referencia e destaca no cuidado com a nossa gente. Por isso, já distribuímos mais de 700 mil máscaras de tecido confeccionadas pelo programa “Costurando com Amor” e  mais de 300 mil cestas básicas, com legumes e frutas, pelo “Merenda em Casa”, destinadas aos 33 mil alunos da rede municipal de ensino.

Pacotes de auxílios financeiros, com a suspensão da cobrança de tributos como IPTU e ISS, além do projeto de Lei para a renegociação de dívidas do município, suspensão de cobrança de aluguéis, entre outras medidas protetivas, contribuem para esses índices de controle e superação da pandemia.

Focamos na prevenção e conscientização das pessoas, com a implantação de Pit Stops da Prevenção nos principais corredores comerciais, estações de trem e terminais rodoviários, com aferição de temperatura, álcool em gel e distribuição de máscaras, além do Comércio Responsável, para assegurar a adoção dos protocolos de segurança nas lojas da cidade.

Foram muitas as ações inovadoras que nos conduzem a este momento de reversão do avanço da Covid, em um momento em que a maioria das cidade brasileiras estão próximas de um colapso. Não existe fórmula única ou milagrosa, mas um conjunto de medidas planejadas e complementares fazem a diferença.

Políticas públicas que nos dão suporte para a retomada, com o avanço das vacinas, que é a única arma efetiva contra este mal que acomete o mundo. E vamos continuar neste caminho certo, para conduzir a nossa cidade, o Grande ABC e a nossa gente a um futuro seguro. Vamos resistir e superar!

Paulo Serra – presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Santo André.