Governo Atila não tem transparência, afirma Marcelo Oliveira
Oposicionista lamentou que pedidos de impeachment e de CPI tenham sido rejeitados a pedido do prefeito Atila Jacomussi
O vereador Marcelo Oliveira (PT) criticou a postura do prefeito Átila Jacomussi de não permitir a investigação de mais um escândalo envolvendo seu governo em Mauá.De acordo com, Nesta terça-feira (23/06), no retorno dos trabalhos legislativos após o término das medidas de isolamento social, o governo rejeitou os pedidos de impeachment e também o de abertura de CPI para investigar indícios de irregularidades no hospital de campanha.
“É uma decisão equivocada, até porque, quem não deve não teme. Se ele estivesse realmente tranquilo, como vem afirmando em entrevistas e em redes sociais, não interferiria no trabalho legislativo de fiscalizar as ações do governo”, avaliou Marcelo Oliveira, que é pré-candidato a prefeito.
“Pergunto, com base no que foi afirmado pela própria promotoria, o momento é adequado para desvio de dinheiro público? O momento é apropriado para que fossem encontrados quase R$ 19 mil no aparelho de ar-condicionado na casa do secretário de saúde? O que a população de Mauá não aguenta mais é tanta irresponsabilidade deste desgoverno que aí está”, desabafou.
Atila Jacomussi
Acumula problemas em sua gestão. Preso duas vezes por desvios de recursos da merenda escolar, o prefeito sofreu impeachment no Legislativo, mas acabou sendo reconduzido ao cargo por decisão liminar. Com o crescente número de casos e de mortes pela Covid-19 na região, decidiu seguir o exemplo da cidade vizinha Santo André e anunciou a construção de hospital de campanha como suporte à rede pública de saúde.
Supostas irregularidades verificadas por Marcelo Oliveira e um grupo de vereadores no processo foram denunciadas ao Ministério Público. Como resultado, Polícia Civil e Gaeco – grupo especial da PGJ (Promotoria-Geral de Justiça) contra o crime organizado – cumpriram mandados de busca e apreensão na Prefeitura e em endereços residenciais de Atila e do secretário de saúde Luís Carlos Casarin na manhã do dia 15 de junho.
Também foram alvo da operação locais ligados à Atlantic e à Pilar, empresas com problemas na Justiça contratadas para construir e gerir o hospital de campanha – os contratos, por dispensa de licitação, somam R$ 3,9 milhões por até três meses de trabalho.
Na avaliação da procuradoria-geral, instância máxima do Ministério Público, há indícios de crimes contra a lei de licitações, de falsidade ideológica, de lavagem de dinheiro e de formação de organização criminosa no processo.