Muito se tem falado na abertura de diversos segmentos do comercio como por exemplo os
shoppings centers. Na mesma linha temos visto grandes supermercados abertos em
detrimento dos pequenos comerciantes, sob a alegação de que estes estariam enquadrados
como serviços essenciais. Mas qual seria a relação entre esses dois casos com o estado de
calamidade publica que estamos atravessando?

Há relatos de pessoas que contraíram o COVID-19 masque não tiveram contatos com pessoas
contaminadas, estão a semanas reclusas em suas casas e, raramente vão sozinhas ao seu
escritório, localizado em edifícios comerciais para conduzir breves afazeres
Em todos esses casos há uma variável que interfere na segurança de nossa saúde mas, como
faz parte de nosso dia-a-dia, nem lembramos que existe.

Desenvolvido para trazer conforto e bem estar, o ar condicionado central presente em
edifícios comerciais, shopping centers e grandes supermercados pode vir a se tornar um dos
grandes vilões em tempos de pandemia, uma vez que torna democrático o ar que respiramos,
podendo fazer dezenas, centenas de pessoas estarem imersas na mesma atmosfera.

É fato que o vírus se propaga no ar por meio de gotículas suspensas, e Isso se agrava ainda mais se os
equipamentos que permaneceram desligados neste longo período de quarentena voltarem a
funcionar sem o devido cuidado de limpeza e descontaminação.

Por outro lado, ambientes com grande densidade de ocupação, também se tornam insalubres
sem adequada ventilação ou climatização tendem a se tornar insalubres.

Sistemas de ar condicionado

Desta forma, os ambientes com sistemas de ar condicionado central deverão tomar cuidados
redobrados durante esta pandemia no que tange a renovação do ar, garantindo assim que não
haja concentração de poluentes, controle de temperatura e umidade, o que contribui para o
bem estar das pessoas, podendo também inibir a proliferação de micro-organismos e vírus,
filtragem, que tem como função reter partículas e micro gotículas, que podem carregar o vírus
e finalmente o monitoramento da qualidade do ar, mantendo por exemplo o nível de CO2
(dióxido de carbono) dentro dos parâmetros recomendados pelos orgãos de saúde, garantindo
assim a qualidade do ar respirado pelos ocupantes desses ambientes.

 

Equipamentos que permaneceram hibernados

 

Ressalto mais uma vez que, para equipamentos que permaneceram hibernados durante um
longo período, que, antes do funcionamento, os mesmos sejam completamente higienizados e
tenham seus elementos de filtração trocados, relembrando que em 2018 foi aprovada a Lei
13.589 que apresenta os parâmetros requeridos para a Qualidade do Ar, baseados nas
recomendações RE-09/2003 da ANVISA.

Sabendo-se os possíveis problemas oriundos dos sistemas de ar condicionado que não estejam
adequados, fica a duvida, realmente a abertura dos pequenos comércios é realmente mais
critica que permitir que se abram as grandes redes (“serviços essenciais”).

 

 

Dr. Marcos Vinicius Meduri
Ph.D. em engenharia, Pré candidato a vereador por São Caetano do Sul