A China deve indenizar o mundo pelo Coronavírus?

Em tempos de globalização o mundo resolveu fazer da China seu pátio de produção, e as razões são notórias, o país não tem uma estrutura social organizada como países ocidentais, onde os direitos do cidadão são regidos por entidades sindicais, religiosas, sociais ou políticas.

“O preço é muito melhor, compensa trazer tudo da China”, frase ouvida aos quatro ventos nos últimos anos.

Empresas desativaram seus parques de fabricação e suas linhas de produção para se tornarem importadores, abandonaram sua tradição conquistada para servirem de intermediários em seu próprio país, onde deveriam estar produzindo, agora estão negociando.

A China com sua história milenar soube aproveitar esta onda e aprendeu tudo que podia sobre qualidade, consumo, cliente, atendimento e tecnologia.

Entregou ao mundo e aos países que a veneraram exatamente o que eles queriam e assim conquistou praticamente todos os mercados mundiais de consumo, principalmente o da tecnologia.

Mas algumas coisas não evoluíram em razão de seu regime político e sócio econômico, assim como a sua “constituição governamental”,  e também não houve uma evolução similar em comportamento cultural em suas terras mais distantes.

Em 1957 a Gripe Asiática é detectada na província de Guizhou no sudeste da China, causando a morte de 1.1 milhão de pessoas.

Em 1968 a Gripe de Hong Kong, uma gripe tipo A infectou 15% da população chinesa, e logo depois se espalhou para Ásia em seguida para os Estados Unidos e Europa, 1 milhão de mortes.

Em 1997 a Gripe Aviária H5N1, que não teve um número de mortes como as anteriores.

Em 2003 a SARS – Síndrome Respiratória Aguda Grave, com significativo número de mortes.

Em 2019 o Coronavírus, o mais feroz inimigo biológico que o mundo já enfrentou.

A China se tornou o berço de uma potência econômica, mas também o berço das mais terríveis epidemias do planeta.

É o país de maior população do mundo, em torno de 1.4 bilhão de habitantes, porém seu sucesso econômico não se reflete em todo seu território, onde a fome não deixa opção para muitos que são induzidos a fazer consumo de animais excluídos da cadeia alimentar humana há séculos, entre eles o morcego.

Enquanto “megas quatrilhardários chineses” levam uma vida de ostentação acima da imaginação, parte da população chinesa é totalmente excluída de qualquer convívio com benefícios que o processo de civilização pode trazer.

Se os problemas sociais da China ficassem na China eles teriam de aprender a lidar com isto, aliás, já era tempo, mas eles socializam os efeitos destes problemas sociais com o planeta todo e assim impõem ao mundo não só os seus produtos, mas também suas doenças.

A China deve indenizar o mundo por ser durante tempos à emissora de pandemias que matam?

Hoje com o Coronavírus as pessoas do planeta acima de 60 anos entram no grupo de risco e as com doenças pré-existentes entram no grupo do risco do risco.

– Estaria à própria China indiferente a uma responsabilidade em razão de precisar zerar sua geração de idosos pelo motivo de não serem mais tão produtivos, num país que só pensa em produzir?

Teorias da Conspiração não faltam em tempos como este, mas, onde há teoria pode haver uma tênue linha da verdade lutando para despontar.

– E agora, a China está usando sua fortuna conseguida a custa do consumo mundial para uma cura desta terrível ameaça que não escolhe mais suas vítimas?

– Vamos continuar a consumir produtos chineses para que eles se tornem a maior potência econômica do planeta e sepultar ainda mais nossos negócios pelos países?

A China confinou o planeta e nos fez refletir sobre nossos valores, nossos princípios, nossa maneira de viver, nossa visão do próximo, nossa relação com quem amamos e sobre o nosso futuro como nação e como pessoas.

Aos que conseguirem sobreviver, com certeza sairão melhores em sua alma deste desafio orquestrado pela ganância de um país que não cuida de seu próprio povo e ainda contamina os povos deste planeta, como tem ocorrido desde muito tempo.

Devemos nos unir em solidariedade, não perder nossas essências como seres humanos e fazer de tudo para vencer este vírus letal.

Mas, quando isto acabar nós não seremos os mesmos e devemos repensar nossa relação com a China antes que lancem no planeta um vírus mais letal do que este, e isto a história já mostrou que é possível e pode ser recorrente.

Minha cordial e fraterna saudação aos heróis desta resistência que nos ajudam como anjos sem asas e se mantém fiéis ao “dar de si antes de pensar em si“: profissionais de saúde; profissionais de logística; empresários e seus colaboradores que continuam produzindo; policiais; pessoas à frente dos serviços essenciais;  coletores de lixo e demais Voluntários do Bem.

Que Deus trabalhe conosco nesta fase de quarentena e que fortaleça a alma daqueles que precisam de energia e fé para vencer esta doença.

Cesar Romão

Formado em Direito e fez pós-graduação em Administração, MBA em Marketing, mestrado em Psicologia Organizacional, além de cursos de extensão pelas Universidades de Richmond e Califórnia. É Doutor Honoris Causa pelo Consejo Iberoamericano em Honor a La Calidad Educativa. É palestrante e Escritor, possui 25 livros publicados no Brasil, e sua obra já foi traduzida para: Itália, Alemanha, Colômbia, Argentina, Espanha, Portugal, Rússia entre outros países. Radialista, Jornalista e Apresentador de Televisão. Como cronista tem seus artigos publicados em diversos jornais, sites e revistas do Brasil.

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