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Editorial – Deuses e semideuses

A princípio, por mais óbvio que seja, insistimos que sem profunda e severa Reforma Política – a matriz de todas as reformas – seguiremos pondo remendos num sistema pérfido e pernicioso, destinado a favorecer castas predadoras que instalamos no poder.

O sistema republicano em vigor, com suas eleições espetaculosas, nada exige de candidatos. Basta-lhes prova de domicílio e uma legenda; nada de competência prévia e atestados de antecedentes cíveis e criminais, comuns em empresas que contratem funcionários.

Legisladores em causa própria geraram um cipoal de normas execráveis, que não apenas lhes crie incontáveis privilégios, quanto lhes garanta blindagem em termos de patifarias, promovendo-os à categoria de deuses e semideuses, entes intocáveis.

Nós os elegemos e nós pagamos a conta dos pratos quebrados nas festanças com dinheiro público. Além disso, nossas escolhas de representantes obrigatoriamente se dão entre os piores e os menos ruins, sendo que um que outro bem intencionado, se eleito, será demonizado indefectivelmente pela poderosa máquina publicitária do sistema.

Há uma pergunta renitente na pauta: – Como é que chegamos a isso? Afinal, revendo os últimos séculos, verificamos que nunca saímos disso, criando divindades à nossa imagem e semelhança e passando a venerá-las como crianças estupidificadas com seus “super-heróis”. E nos revoltamos ou deprimimos quando não funcionam. É ruim, hein?

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