Politica

Editorial – Identidade

 O idioma é a expressão maior da IDENTIDADE de um povo. Utilizado na plenitude de seus recursos técnicos e criatividade idiossincrásica, revela a qualidade dinâmica e proativa de uma civilização florescente. O idioma é fator inalienável que nos especifica e qualifica ante outros povos. Tudo o que somos ou acreditamos ser é por ele representado, transmitido e interpretado. Cultivá-lo é trabalho árduo, permanente. 
Reduzido ao patuá primevo da ignorância crassa e modismos deletérios da fragilidade intelectual – filha bastarda da preguiça mental – invalida competências de expressão e, portanto, de ação. Dispersa-se e anula-se, ao ser descaracterizado e nivelado pelo mais torpe, vulgar e inconciso. 
Apor a ignorância à riqueza do léxico, ou exigir que não se utilizem termos inusitados sob alegação de “facilitar a comunicação”, é falácia inaceitável. O Português dispõe de arsenal superior a 400.000 verbetes. Porém valemo-nos, numa existência, de bem menos de 3.000, se oclusos à sua magnífica diversidade.  
Desconsideradas questões inapreciáveis de estilo, sempre e quando um idioma é vulgarizado, desapreciado e substituído por adulterações inconsistentes, modismos estéreis e estruturas irreiteráveis, é fragilizado ao perder sua pertinência linguística e portanto, histórica. Vai-se, com a decomposição decorrente, sua identidade exclusiva. 
Povo sem identidade é povo sem liberdade.

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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