Editorial – Identidade
Reduzido ao patuá primevo da ignorância crassa e modismos deletérios da fragilidade intelectual – filha bastarda da preguiça mental – invalida competências de expressão e, portanto, de ação. Dispersa-se e anula-se, ao ser descaracterizado e nivelado pelo mais torpe, vulgar e inconciso.
Apor a ignorância à riqueza do léxico, ou exigir que não se utilizem termos inusitados sob alegação de “facilitar a comunicação”, é falácia inaceitável. O Português dispõe de arsenal superior a 400.000 verbetes. Porém valemo-nos, numa existência, de bem menos de 3.000, se oclusos à sua magnífica diversidade.
Desconsideradas questões inapreciáveis de estilo, sempre e quando um idioma é vulgarizado, desapreciado e substituído por adulterações inconsistentes, modismos estéreis e estruturas irreiteráveis, é fragilizado ao perder sua pertinência linguística e portanto, histórica. Vai-se, com a decomposição decorrente, sua identidade exclusiva.
Povo sem identidade é povo sem liberdade.