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Artigo

Travessia

Juliana Teixeira

Será um depoimento de ordem pessoal, lembrando que milhões de pessoas já passaram pelo mesmo processo de transformação, mas, claro, cada uma ao seu tempo e ao seu modo. Perdi minha visão há 13 anos e posso garantir que a fase mais desafiadora que atravessei foi a reabilitação.

Caminho árduo para trilhar, porém, imprescindível para quem entende que a vida continua, apesar da sua deficiência, e é preciso seguir adiante. Inicia-se por ter de reaprender basicamente tudo, desde os hábitos cotidianos mais simples, bem como aprender a lidar com as chamadas tecnologias assistivas. Então decorrem mudanças de outra natureza…

Desenvolver a capacidade de harmonizar o descompasso entre a agilidade dos comandos do cérebro com nosso novo ritmo; Também, nos conscientizar de que paciência e tolerância serão frequentemente colocadas à prova, quando não contarmos com ninguém nas ocasiões em que a dependência é inevitável.

Adentramos, então, na esfera delicada das relações interpessoais e familiares… Assimilar que cada qual reage a sua própria maneira e é preciso lidar com todas elas, sendo empático e procurando compreender, pois o inverso normalmente não acontece.

A infinidade dos aspectos psíquicos e emocionais inseridos nesse contexto é inexprimível.

É sim, uma etapa penosa, no entanto, quando menos esperamos, essa fase é superada e nos sentimos apaziguados, com a sensação de que renascemos para uma nova vida, independente da direção que resolvemos seguir dali pra frente.

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