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Thiago Auricchio cobra e Enel vai apresentar plano de indenização a consumidores até o dia 28

  CPI presidida pelo deputado estadual traz à tona o sucateamento promovido na rede de energia elétrica; em contrapartida, lucro da empresa dobrou em 5 anos

 

CPI Enel Foto Bruna Sampaio 4

 

Ao ser cobrado pelo presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enel, o deputado estadual Thiago Auricchio, o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, afirmou que apresentará até o dia 28 de novembro o plano da empresa para indenizar os consumidores que perderam itens essenciais, como alimentos e remédios, em virtude da falta de energia elétrica decorrente do vendaval do dia 3 de novembro. O anúncio foi feito durante o depoimento do empresário à CPI, na quinta-feira (16/11).

CPI Enel Foto Bruna Sampaio 4

 

“Nos dias que se seguiram ao vendaval, esperávamos que a Enel tivesse uma postura de respeito e compromisso com a população afetada, mas assistimos ao mais puro descaso, desrespeito e desprezo com quem mais precisa”, ressaltou Thiago Auricchio.

Em depoimento à CPI, Cotugno recuou, disse que se expressou mal quando afirmou que não devia desculpas à população, e que o plano de indenização é prioridade.

A CPI da Enel apurou que o lucro da empresa em São Paulo mais que dobrou nos últimos cinco anos, contrastando com o sucateamento da rede de energia elétrica nas 24 cidades da Grande São Paulo atendidas, incluindo as sete do Grande ABC.

 

 Após ser cobrado por Thiago Auricchio, presidente da Enel promete plano de indenização a consumidores até o dia 28

 

Deputado preside CPI que investiga a empresa; lucro da concessionária dobrou, em contraste com o sucateamento na rede de energia elétrica

CPI Enel Foto Bruna Sampaio 4

Ao ser cobrado pelo presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enel, o deputado estadual Thiago Auricchio, o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, afirmou que apresentará até o dia 28 de novembro o plano da empresa para indenizar os consumidores que perderam itens essenciais, como alimentos e remédios, em virtude da falta de energia elétrica decorrente do vendaval do dia 3 de novembro. O anúncio foi feito durante o depoimento do empresário à CPI, na quinta-feira (16/11).

Thiago Auricchio tem sido incisivo nas cobranças à Enel. Mais de 2 milhões de residências ficaram sem luz após o vendaval. O restabelecimento completo da energia só ocorreu no dia 10 de novembro. Ou seja: São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, ficou às escuras por uma semana.

“Nos dias que se seguiram ao vendaval, esperávamos que a Enel tivesse uma postura de respeito e compromisso com a população afetada, mas assistimos ao mais puro descaso, desrespeito e desprezo com quem mais precisa”, ressaltou Thiago Auricchio.

Em artigo publicado pela Folha de S.Paulo, o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, afirmou que não devia desculpas à população pelo apagão. Pressionado por Thiago Auricchio e outras lideranças, o dirigente voltou atrás. Em seu depoimento à CPI, Cotugno disse que “se expressou mal”. “Será prioridade elaborar e definir esse plano”, afirmou.

“É inaceitável um diretor dizer que não deve desculpas para o povo de São Paulo”, pontuou Thiago Auricchio. “Não vamos tolerar descaso e desrespeito com a população. O que nós estamos vendo é algo criminoso, que merece respostas urgentes e emergenciais. A Enel tem deixado a desejar e a CPI cumprirá seu papel de fiscalização e responsabilização.”

Além de Cotugno, a CPI ouviu também o presidente da Enel São Paulo, Max Xavier Lins, que prestará novo depoimento no dia 28, quando é esperada a apresentação do plano de indenização.

LUCRO EM DOBRO E SUCATEAMENTO DA REDE

A CPI da Enel apurou que o lucro da empresa em São Paulo mais que dobrou nos últimos cinco anos. Passou de R$ 777 milhões em 2018 e, somente no primeiro semestre deste ano, atingiu R$ 905 milhões. Números vultuosos que contrastam com o sucateamento da rede de energia elétrica nas 24 cidades da Grande São Paulo atendidas pela empresa, incluindo as sete do Grande ABC.

Desde que assumiu o serviço, em 2018, a Enel reduziu o seu quadro de funcionários em 36%. A medida, lucrativa à primeira vista, contribui para a ineficiência dos trabalhos prestados. Há um detalhe: a regra de remuneração da empresa no que se refere ao reajuste tarifário recai sobre o que ela investe em novos ativos, e não sobre a manutenção da rede já existente.

Ou seja: como investir na manutenção não traz retorno financeiro, a Enel simplesmente não investe. “O modelo de concessão está ultrapassado e precisa de revisão urgente”, atestou Thiago Auricchio.

A CPI recebeu fotos de cabos primários partidos no chão, pinos pendurados e cruzetas quebradas, algumas podres, com padrão de rede da década de 1970. “A tragédia era anunciada: a falta de manutenção preventiva só agravou o problema”, concluiu o parlamentar.

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