“Só mesmo um vinho para descoisar as coisas que estão coisadas”
Autor Desconhecido
O que queria saber do Pêra-Manca,
mas tinha medo de perguntar
Um dos vinhos mais comentados nas rodas dos degustadores é o tinto português do Alentejo Pêra-Manca. Isso por que realmente são muitas as suas histórias. Hoje, o Pêra-Manca é o vinho da Adega Cartuxa – Fundação Eugénio de Almeida, tendo sido elaborado pela primeira vez em 1990.
Pra começar, a informação de que o Pêra-Manca foi o vinho eleito para selar o encontro entre Pedro Álvares Cabral e os Indígenas, na sua chegada ao Brasil em 1500. Já seu nome é inspirado no terreno onde estavam localizados os vinhedos desse vinho, um barranco com pedras soltas. Dizia-se, na época, que as pedras balançavam, mancavam e, por isso, eram “pedras mancas“.
Na verdade sua história vem desde a Idade Média. Está associado ao Convento de Nossa Senhora do Espinheiro, um antigo mosteiro de ordem religiosa católica que remonta o século XV, ainda localizado na região de Évora, cidade considerada Patrimônio Mundial da Humanidade, pela Unesco.
Este vinho é produzido unicamente quando se cumprem todos os requisitos para sua excepcional qualidade. Suas uvas são provenientes de talhões selecionados nas vinhas com mais de 35 anos, onde ocorre a maturação suavemente, sem o strees hídrico exagerado, mantendo as potencialidades aromáticas das castas. Ao atingirem o estado de maturação ideal, as uvas são colhidas e transportadas para a adega, onde inicia-se o processo tecnológico, com desengace total e ligeiro esmagamento. A sua fermentação ocorre em balseiros de carvalho francês, com leveduras indígenas e temperatura controlada, seguida de uma maceração pós-fermentativa prolongada.
Por fim, seu estágio transcorre por um período de 18 meses em tonéis de carvalho francês, com posterior estágio de 48 meses em garrafa nas caves do Mosteiro da Cartuxa. Cada safra deste emblemático vinho tem uma produção em média de 44 mil garrafas.
Nossa Sugestão
O Pêra-Manca é uma obra de arte do enólogo da Adega Cartuxa, Pedro Baptista, Diretor Vitivinícola da Fundação Eugénio de Almeida. Um vinho de cor granada de aroma intenso e complexo com notas de ameixa seca e morangos maduros. Revela notas balsâmicas e específicas como alcaçuz, esteva e folha de tabaco. Na boca impressiona pelo forte frescor, sendo elegante e muito concentrado. Teor Alcoólico: 14,5%. Casta: Trincadeira e Aragonez. Na Bodega Pastore (11) 9.9604-7743 o valor é R$ 3.200,00.