“Senhor abençoai esta refeição, que seja a vossa vontade nosso alimento! ” Essa antífona ou mantra é proferida em todas as casas salesianas antes das refeições principais, seguindo-se a oração da Ave Maria e a invocação a Nossa Senhora com o título de Auxilio dos Cristãos.
Utilizo em minhas refeições já a quarenta e seis anos. Por que partilho com você essa pequena fórmula orante? Nesses tempos de isolamento discerni ser válido contar para o leitor elementos que nos ajudam a quebrar a insegurança provocada pela pandemia.
No evangelho deste domingo, extraído de Marcos 3,20-35, Jesus volta para casa, provavelmente para descansar de suas primeiras caminhadas anunciando a vontade do Pai do céu para seus contemporâneos; seus familiares não compreendem seu modo de agir, e por fim pedem a mãe de Jesus que vá ter com ele, pois parece estar possuído por um espírito.
Quando dizem a Jesus, “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. Jesus respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? ” E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse:
“Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3, 32-35). Quem de nós não sente uma inveja santa dos contemporâneos de Jesus que o acompanhava naquele dia e ouviram de seus lábios essa afirmação?
Pois bem, aqueles que estavam presentes naquele dia, com o passar dos anos acabaram concordando com as autoridades e o entregaram na cruz. E nós hoje, vinte e um séculos depois, como vivemos em relação aos ensinamentos de Jesus?
Que alimento preferimos tomar? Nos alimentar da vontade do Pai do céu, ou investir em nossas vontades, muitas vezes contrárias aos desejos do Pai para nós? Estamos concluindo o primeiro semestre desse ano, ainda no isolamento.
Aproveitemos a Graça desse tempo especial, para um novo regime alimentar, e assumamos não só com palavras, mas com ações, “Senhor abençoai esta refeição, e que seja a vossa vontade o nosso alimento”.
Feliz mês de junho. Shalom!