A era das vacinas no Ocidente começou, quando o médico rural inglês Edward Jenner, no final do século XVII, inoculou o vírus da varíola num menino de oito anos a fim de prevenir a doença.
Mas a ideia de introduzir um vírus mortal em uma pessoa sã com o objetivo de torna-la imune ao ataque do mesmo vírus, a princípio pareceu absurda.
Tanto que após Edward Jenner comunicar a Sociedade Real de Londres sobre o sucesso da prevenção da varíola em treze pessoas, surgiu uma grande quantidade de livros, folhetos e jornais para fazer campanha contra a vacina, com nomes eloquentes como O Antivacinador, O Repórter Nacional Contra a Vacina Obrigatória e o Inquisitor Antivacina.
Muitos anos depois em 1904, surge no Rio de Janeiro a Revolta da Vacina, contra a vacinação obrigatória da varíola.
Os revoltosos foram “vitoriosos” e a varíola continuou dizimando a população do Rio de Janeiro. Em 1908 um surto causou nove mil mortes e o governo implantou novamente a obrigação da vacina, mas dessa vez, sem o violento repúdio de quatro anos antes.
As vacinas evitam, a cada ano,
- a morte de pelo menos 1,5 milhão de crianças,
- por doenças como sarampo,
- coqueluche,
- tétano e poliomielite,
- mas mesmo assim, continuam provocando polêmicas.
Toda nova vacina gera polêmica, a bola da vez são as vacinas contra a Covid-19, principalmente a fabricada na China. Mas se a história servir para alguma coisa, minha recomendação é para que tenhamos cautela, e que se evite a politização.
Precisamos lembrar que apesar dos ataques contra a vacina da varíola, ela foi aperfeiçoada, e graças a ela a varíola foi erradicada do planeta.
Enfermeiro Roberto Canavezzi