Vingança!
Artigo: José Antonio Mariano
Ela não é um predicado exclusivo humano. Elefantes que buscavam o corpo de uma fêmea que havia caído e morrido no canal de irrigação de uma aldeia no nordeste indiano em 2016, devastaram a localidade.
Chimpanzés elegem, no grupo, quem são seus amigos e seus inimigos e se vingam se um dos seus companheiros for agredido por membros de outro grupo. Mas o mecanismo neurobiológico associado à vingança ainda está sendo estabelecido.
Um experimento conduzido pelo Dr. Xiaochun Han, Universidade de Pequim, em associação com o Instituto McGovern para Pesquisa do Cérebro (Massachusetts Institute of Tecnology), demonstrou que a ocitocina, o “hormônio do amor” – que influencia o córtex pré-frontal medial, a seção do cérebro associada à tomada de decisão – aumenta em indivíduos do grupo A quando em confronto com o grupo B. E aí ocorre o que é chamado de “contágio de conflito.
É isso que, segundo os pesquisadores chineses, pode explicar o “comportamento de manada”, quando indivíduos pertencentes a um grupo agem de uma forma inusual (para os seus padrões), acompanhando o “self coletivo” do grupo.
A dor (emocional ou física) promovida em um dos membro do grupo é sentida por todos (ou a grande maioria), fazendo-os apresentar uma “ocitocina resposta”. O grupo assume o controle e o conflito se espalha.
Ocorre, porém, que o grupo não é uma entidade acéfala agindo por puro impulso.
Pelo contrário, pode ser bastante específico, tangindo a massa para o embate que só o beneficia.
Basta eleger grupos que se antagonizem. Pretos contra brancos, gays contra heteros, ricos contra pobres… homens contra mulheres!
A ocitocina por exemplo, que é o “hormônio do amor”, se transforma no veículo do ódio. Alguém lucra com isso.
A propósito: feliz Dia da Mulher!
