Alckmin diz que PSDB deveria ser oposição, mas de forma consciente

Alckmin diz que PSDB deveria ser oposição, mas de forma consciente

“Porque eu perdi a eleição, podem achar que há algum ressentimento, mas, esse jeitão mais popular do Bolsonaro, estou achando bem interessante”, disse ontem cedo o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao avaliar o atual governo, após proferir palestra no Fórum de Temas Nacionais da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). Mas nem por isso ele deixou de dizer que o PSDB deveria ser oposição, embora explicasse: “Oposição não significa votar sempre contra, mas fiscalizar os atos do eleito”.

POSITIVO

Como dado positivo, Alckmin citou a questão fiscal, afirmando que não era possível continuar gastando mais do que se arrecada.

NEGATIVO

Como crítica, apontou a agenda: “Cria polêmicas desnecessárias, radicaliza o ambiente político, quando a tendência no mundo moderno é a de diminuir as diferenças ideológicas”.

VAI MELHORAR

Alckmin asseverou ainda: “A economia vai melhorar, até porque ela é cíclica. Vai subir um pouquinho. Pode subir muito mais, o Brasil tem potencial para isso”.

BRUNO COVAS

Questionado sobre o papel do PSDB nas eleições de 2020, o ex-governador disse: “Eu acho que para o PSDB está claro, no caso da Capital o candidato é o Bruno Covas, que é o atual prefeito – até estive com ele na sexta-feira, e achei o diagnóstico bem precoce, não tinha nem sintomas, e isso é ótimo.”

ANSIOSO

Lembrado por este colunista de que falava de 2020, mas questionado sobre 2022 (quando haverá eleição para a Presidência da República), Alckmin brincou: “Meu pai dizia que o futuro a Deus pertence”, e acrescentou: “Há dois ansiosos na vida, os jornalistas e as jornalistas”.

ESTRANHO

Perguntado pelo presidente da ADVB, Aristides Cury, sobre o que mais estranhou ao deixar o governo, Alckmin respondeu:

“Quando eu deixei o cargo já entrou a campanha presidencial, então a movimentação começou… Aristóteles definiu a vida pública como arte e ciência, o encontro do bem comum; arte é dom, precisa gostar – me falaram que eu gosto de café, mas eu não gosto de café, gosto de gente, e o café é aquele momento de você conversar, dar aquela relaxada – mas gostar de gente é vocação”.

AULA

Um dos maiores elogios à palestra de Alckmin partiu de Romeu Chap Chap, conselheiro da ADVB, empresário da construção civil de renome no mercado.

Ele disse ter assistido a várias palestras de economistas de destaque sobre a situação do País, mas

“ninguém abordou com tamanha propriedade e profundidade aspectos das reformas previdenciária, administrativa e principalmente tributária”.

MUNICÍPIOS

Sobre a proposta do governo federal de reduzir o número de municípios no Brasil (calcula-se 1.253 com menos de 5 mil habitantes), Alckmin lembrou que hoje já há restrição legal para a criação, pois o plebiscito passa também pelo município mãe, o que dificulta muito, mas concordou que há cidade com 800 habitantes sem capacidade de arrecadação.

“Não pode ser município e viver só de repasse de verbas”, assinalou, para em seguida lembrar que foi vereador sem receber salários nos anos 1970”.