Editorial

Escracho

O Brasil do atual milênio tornou-se o campeão de secretarias, ministérios e cargos públicos e de arrecadação de impostos para sustentar o Estado monstruosamente inflado.

De aí, também, a corrupção epidêmica, o derrubamento das relações sociais e a apologia do supérfluo e do efêmero nos modos e costumes; num imediatismo econômico, sócio-político e cultural mórbidos, característico de países de quarto, quinto mundos.

Afinal, a prevalência desse “jeitinho brasileiro” antropofágico permite, porém, que os predadores do topo da cadeia alimentar prosperem assustadoramente. Veja-se o balanço da lucratividade dos bancos e instituições financeiras do primeiro semestre: é assustador; num momento em que a economia ainda está na UTI e os índices sociais despencam. Lucram como jamais na história do país.

Atendem mal, com prepotência e arrogância, impondo custos proibitivos aos serviços deficientes mantidos com o dinheiro do depositante, assim como o Estado faz com o contribuinte. Além disso, não há como fugir de seus tentáculos, ou da ditadura dos serviços de atendimento massivo em geral; como fornecimento de eletricidade, água, comunicações e coleta de lixo. Vivemos na era do escracho consentido e institucionalizado, aceito pelo povo bovinamente. Por que?

Ocorre que povo que não se dá o respeito não pode exigir ser respeitado; e que só tem malandro onde tem otário. O resto, são firulas decorrentes.

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