Editorial

Boca grande…

O presidente Jair – gostem dele ou não – é o mesmo que foi como deputado federal, vereador ou capitão do exército. Enfim, em 1986 publicou na revista “Veja” carta reclamando dos salários dos oficiais militares e pegou 15 dias de gancho, mais pelos termos usados que pela reinvindicação.

Resumindo: sempre foi briguento, cabeça quente e bocudo! Tais tiques foram-lhe favoráveis em campanhas eleitorais. Porém, não está mais no quartel, num parlamento ou em refrega por votos. É hoje, o mandatário do país.

Para os fanáticos nervosinhos, recordamos nossa severa indignação quando tentaram assassiná-lo e um alerta várias vezes repetido: “- Jair, você não pode errar!”. O que chamam de “liturgia do cargo” não é frescura: é coisa séria!

Afinal, cada palavra, cada gesto ou ação têm de ser pensados e; se originários de impulsos incontrolados ou retorcidas de tripas, o colocará sempre em trifurcas, barracos, bate-bocas e que tais. O país carece de um estadista, não de um encrenqueiro.

Há, contra nós, grave conspiração até com ramificações internacionais, envolvendo cúpulas do Judiciário e do Legislativo. Lembremo-nos do que dizia o paranoico Carlos Lacerda sobre Juscelino, em 1955: “– Não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, terá de ser derrubado”.

É o que está se desenrolando, enquanto o Jair perde tempo trombando com qualquer nulidade que para ele latir ou rosnar.

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