Contradições – Editorial
Dizem as Escrituras: “A verdade vos libertará!”, em João 8:32. No outro corner dizia Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se numa verdade“. A opção pessoal e política por um ou outro axioma separa um estadista convicto de um carreirista predador.
De nada servem ufanismos deslumbrantes sobre porções territoriais pré-existentes à presença humana. Nem louvores à engenhosidade desta, tão imaginária quanto destrutiva. Se vivemos no planeta que temos, dá-se o mesmo no país do qual dispomos, na perspectiva do apóstolo João.
Como aceitar que num dos países mais promissores do mundo tenhamos a casta política mais podre do universo? E quem, mesmo, bota os tais “representantes do povo” no poder?
Afinal, adeptos da verdade estimam que o representante é o avatar do representado. Adeptos da mentira dizem que tudo é “a vontade divina” ou que os maus se sucedem porque o povo foi enganado, manipulado por carreiristas salafrários, que mentem sistemática e descaradamente.
Vivendo no país que temos e vendo-o como ele é, verdadeiramente, parece-nos que cada povo tem o desgoverno que merece. A Era dos Inocentes, se houve, findou há muito tempo, ante o avassalar da eterna Era dos Indecentes.
Aliás, a única saída contra o sofisma dos Goebbels da vida, rumo à sentença de João, são as vozes indignadas nas ruas, a favor do país e contra seus predadores…