Artigo

Agrotóxico – a ameaça silenciosa

Delegada Lucy

Em meio a tantas tragédias, passou despercebida a informação de que, até o dia 21, foram autorizados 54 novos agrotóxicos em apenas 47 dias de governo – mais de um por dia. É o prenúncio de uma tragédia silenciosa que condenará o povo brasileiro a morrer pela boca.

A promessa de suavizar os procedimentos que “atrapalham” o agronegócio vêm sendo cumpridos à risca, com a raposa tomando conta do galinheiro – uma frase que anuncia a prática que promete colocar em risco o meio ambiente e a saúde pública.

Além disso, a ministra da agricultura, ex-deputada, liderou a bancada ruralista, em um passado recente, em sua luta para aprovar um projeto de lei que pretende diminuir as atribuições regulatórias do IBAMA, especialmente quanto ao licenciamento de agrotóxicos, transferindo-as ao ministério da agricultura. Apelidado de “pacote do veneno”, na visão da agora ministra, o que se pretende é afastar a burocracia que “atrapalha” a produção.

Além do risco que esses produtos podem representar, já que, depois de cumprirem sua função, acabam em nosso prato junto com nossa comida, o uso irresponsável é outro problema – a Fundação Osvaldo Cruz, que monitora os alimentos, vem detectando vários tipos de agrotóxicos nas mesmas amostras, sinal que estão sendo utilizados desnecessária e aleatoriamente tipos e quantidades de agrotóxico e é chocante saber que sua utilização costuma ser orientada por vendedores, que ganham comissões pelas vendas.

Na Europa, agrotóxicos responsáveis pela morte de abelhas foram banidos, mas não no Brasil – 6 mil colmeias foram dizimadas no sul do país e em mais de 80% das abelhas mortas foi detectada a presença de agrotóxicos – simplesmente assustador.

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