Editorial – O cão e a coleira
Após o dramalhão da eleição à presidência do Senado, na qual Davi Alcolumbre sagrou-se campeão a duras penas, resta aos observadores sóbrios uma certeza: avançamos um pouco mais na batalha contra a canalhocracia.
Os métodos tradicionais da casta política que ainda domina o país causaram dificuldades sérias, mas, perderam. O inqualificável Renan Calheiros, avatar de tudo que não presta nestes brasis, levou soberana tunda. Novos tempos? Oxalá!
A inquietude sobre o que sairá deste seminovo Congresso, todavia, deve persistir. Traduzindo o velho refrão: “O preço da Liberdade é a eterna vigilância”, diríamos que mula alerta refuga e não leva mordida de cobra, nem atravessa rio na enchente.
O número de fanáticos que se rotulam de “direita” ou “esquerda” é consabido; o que se desconhece, dentre eles, é o número de oportunistas travestidos em salvadores da Pátria. E os há, em profícua prole.
Ao contrário do que se poderia imaginar esta derrota não significa o fim de um ciclo. Perderam uma batalha – mais uma – porém seguirão em guerra contra o país e seu futuro: seus interesses escusos são perpétuos.
Têm ao seu favor quem neles vota, como cães viciados em coleiras. Olhe-se ao redor nos próprios municípios e estados e confirme-se estarmos apenas nos preâmbulos de mudanças sem as quais este será, sempre, “um país do futuro” que não chega, atrelado aos grilhões do passado…