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Doginho: o queridinho dos anos 70

  No ano de 1971 a Chrysler consolidou a sua linha de produção com o Dodge Dart e planejava entrar no mercado de carros pequenos-médios. A partir do modelo Hillman Avenger GT, comercializado na Inglaterra e Estados Unidos, o modelo foi adaptado às condições nacionais. Uma grande mudança foi no motor original de 1500 cc, modificado para funcionar dentro das características da gasolina nacional, com isto, sofreu uma modificação no curso dos pistões e o motor foi transformado em 1800 cc. O modelo foi rebatizado de Dodge 1800 e apresentado no VIII Salão do Automóvel, em novembro de 1972. Mas as maiores modificações em relação ao Avenger inglês foram o desenho do interior (revestimentos de porta, painel, volante de direção, manopla de câmbio, bancos), das lanternas traseiras e da grade dianteira – específicas para o modelo brasileiro, além da oferta somente de carroceria com 2 portas (o Avenger inglês oferecia versões 2 e 4 portas) para atender à preferência do consumidor brasileiro nos anos 70.
Devido a pressa com o projeto, no lançamento apresentou vários problemas de qualidade. Com o tempo, a mecânica foi melhorada e os defeitos corrigidos, novas versões foram lançadas, o motor ganhou novo carburador e houve aumento de potência para 82 cv. Este pacote de melhorias foi apresentado ao público pela Chrysler do Brasil em 75 no lançamento da linha 76, quando então foi atribuído o nome Polara (então utilizado até o encerramento da produção). Ainda no Salão do Automóvel de 1975, a Chrysler do Brasil apresentou um conceito de uma versão perua do Dodge 1800 4 portas, mas que não entrou em produção devido razões econômicas. Em 1976 a Chrysler do Brasil e o CTA (Centro Tecnico Espacial) apresentaram o primeiro protótipo de motor movido a álcool, montado em um Dodge Polara. Em 1977 foi eleito Carro do Ano pela Revista Autoesporte. Em 1978 o Dodge 1800 Polara ganhou nova frente com dois grandes blocos ópticos quadrados, novas lanternas traseiras e o brasão de Leão presente na grade frontal. Em 1979 o Dodge 1800 Polara passou a ofertar transmissão automática opcional ao câmbio manual de 4 marchas. Nesse mesmo ano a Volkswagen adquiriu o controle da Chrysler no Brasil. Em 1980 a Chrysler do Brasil então lançou a última versão do Dodge 1800 Polara intitulada GLS. A versão GLS (que é a ilustrada na foto deste artigo) era uma variante esportiva equipada com diversos avanços tecnológicos para a época como carburador miniprogressivo de corpo duplo, sistema de ventilação com aquecedor, rádio toca-fitas, antena elétrica e pneus radiais, entre outros mimos. A partir de 1981 a Volkswagen encerrou a produção dos Dodge Polara, Dart, Charger, deixando em produção somente os caminhões de projeto Dodge. Dessa forma a fabricação de automóveis da linha Dodge no Brasil foi encerrada em 1981 e a fabricação dos caminhões Dodge no Brasil foi encerrada entre 1983 e 1984, com o início da produção dos caminhões Volkswagen. Encerrou, mas deixou saudades para muitos admiradores da marca como é o caso do nosso amigo Fabio Bergamo que possui um modelo ano 1979 GL na côr marrom sumatra. O Fabio comprou o carro em agosto de 2016 do segundo dono. O carro, é claro, foi completamente restaurado de ponta à ponta, apesar de apresentar bom estado de conservação e, principalmente, por nunca ter sofrido qualquer tipo de colisão ou batida. O carro conseguiu placa preta com facilidade, pois está 100% original de fabrica, caso raro hoje em dia principalmente se tratando de um legítimo Dodge Polara.

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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