O que chama a atenção é que não se trata de ação da oposição, mas – pasmem! – da própria bancada de sustenção, e as assinaturas são do líder do governo, Pedrinho Botaro, do presidente do Poder Legislativo, Almir Cicote (PSB), de outros tucanos, a exemplo do Professor Minhoca e Edilson Fumassa, além de Marcos Pinchiari (PTB), Lucas Zacarias (PTB) – filho do vice-prefeito e secretário de Manutenção e Serviços Urbanos, Luiz Zacarias, Elian Santana (Solidariedade), Toninho de Jesus (PMN), Zezão (PDT), Tonho Lagoa (PMB), Ronaldo de Castro (PRB), Rodolfo Donetti (PPS) e Dr. Fábio Lopes (PPS).
O vereador Professor Minhoca veiculou vídeo no Face no qual afirma que é “mentira” que só 20% dos carnês tiveram erro. “Tá de brincadeira o pessoal da Secretaria de Finanças”. Ele diz ser a favor de revogar a lei, que, na sua opinião, “80% foram errados”, e diz: “Convido aí a retirada do secretário de Finanças, Grecco”. E conclui: “Secretário de Finanças, aqui você não trabalha mais”.
No texto, os parlamentares afirmam que a propositura “se justifica pelo fato do (sic, o correto é ‘de o’) lançamento do valor venal dos imóveis da cidade de Santo André ser superior ao valor de mercado”.
Os vereadores vão além, e citam três exemplos do que classificam de distorções “para ilustrar a abusividade por parte do Executivo Municipal”.
Há quem aposte que o gesto não passe de cortina de Fumaça (nada a ver com o vereador Fumassa, claro), com o único objetivo de minimizar os efeitos dos votos de aprovação que eles mesmos deram ao projeto, mas para isso não precisava bater tão pesado.
A verdade é que os vereadores estão sendo cobrados de forma enérgica nas ruas, algumas vezes até com ameaças de agressão e xingamentos impublicáveis (que não se pode admitir, claro), e já temem até pelo futuro político diante da grita.
A cada momento surge um grupo novo nas redes sociais, e já há mais manifestações convocadas do que sessões no Legislativo, que virou passivo. Só para se ter uma ideia, tem protesto marcado para domingo agora (28) e para o próximo (4/2).
Engana-se redondamente, porém, quem tenta atribuir a organização a meros oposicionistas, notadamente o PT. O que se vê nas redes é manifestação de morador e empresário tradicional, antipetista pela própria natureza, que já sofreu na pele e, contra Celso Daniel, lançou o célebre movimento “Votou no PT, tomou no IPTU”.
Uma crise institucional como essa só pode ser comparada com a renúncia coletiva de todo o secretariado do ex-prefeito João Avamileno (PT) quando do racha em função da disputa pela candidatura à sua sucessão.
