“Mercury Cougar o Pony-Car da Ford”
Mais madura, a Ford não matou a esportividade de sua cria – como fez com o Thunderbird anos antes – e desenvolveu um modelo à parte para esse novo nicho. Os demais pony-cars eram só focados na esportividade e os cupês de luxo eram maiores. “Elegância indômita”, diziam os anúncios do Cougar em 1967, ano do lançamento.
Cougar (“puma”, em português) era uma analogia felina à palavra mustang, uma raça de cavalos selvagens. Cupê sem colunas centrais, sua silhueta lembrava a do Mustang, mas dianteira e traseira tinham um caráter todo próprio. Os faróis vinham escondidos por uma falsa extensão da grade de frisos verticais, imitados pelas grandes lanternas horizontais.
Com 7,6 cm a mais no entre-eixos, 17 cm no comprimento, 90 kg no peso e 350 dólares mais caro que o Mustang, o Cougar vinha de série com um V8 4.7 de 200 cv mas, podia ter o V8 6.4 de 320 cv do Mustang. O prêmio de Carro do Ano da revista Motor Trend ajudou a vender 150.893 unidades em 1967. No mesmo ano, chegava o topo-de-linha XR-7.
O Cougar XR-7 1968 do nosso amigo Everton Keler é um mostruário da sofisticação dessa versão. Tem conta-giros, acabamento imitando madeira, bancos de couro, cintos de segurança de três pontos, ar-condicionado, direção hidráulica.
Não é fácil manobrá-lo com as largas colunas C e sem retrovisor direito. O câmbio automático oferece engates precisos, curto em baixa velocidade, mais longo com maior aceleração. Ajuda a aproveitar os 210 cv do V8 de 4,9 litros. “É muito fácil cantar pneu com ele”, afirma Everton.
Reestilizado para 1969, o Cougar ganhou versão conversível. No meio do ano chegou a versão Eliminator, mais potente e agressiva no visual. Em 1974 a Mercury desvinculou seu cupê do Mustang, tirando sua esportividade latente. O Cougar se tornou, então, uma variação do médio Ford Torino.
Quando em 1977 o Thunderbird também passou a derivar do Torino, o Cougar ganhou versões sedã e perua de quatro portas, auge de sua descaracterização. A Mercury voltou a oferecer sua versão Mustang em 1979, com o Capri, mas teve reação morna.
A partir de 1980, por mais que tivessem desenho diferenciado e viessem só como cupê, Thunderbird e Cougar seriam projetos parelhos, com o Mercury sempre à sombra do Ford. Duraram até 1997. A febre Mustang havia baixado fazia tempo quando a Mercury desistiu de investir no seu herdeiro do clássico pony-car.
“Sempre que sobra um tempinho eu saio para passear com ele, frequentava bastante os eventos em São Caetano como os extintos “Antigos no Bosque” e “Confraria dos Antigos” e também passeios com a família amigos” comenta Everton.
“Comprei esse carro há 4 anos e troquei apenas as rodas e pneus por um jogo importado que deu maior dirigibilidade e segurança para domar o seu enorme motor V8, e o carro chama muito a atenção por onde passa”.