Editorial – Caça Fantasmas

 O desembargador João Pedro Gebran Neto, revisor da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4 – Porto Alegre), relatou o caso de Lula em cerca de três meses, como era previsto. A partir daí seu par Leandro Paulsen examinará o processo e elaborará seu voto, que será avaliado pelos três desembargadores da 8ª Turma. 
Mesmo sendo unânime o veredicto, cabem ainda embargos de declaração para explicar pontos da decisão. Contudo, na condenação do réu o Tribunal pode decretar execução imediata da pena. Vejamos bem: o processo de Lula não “furou fila” no tribunal: entrou na pauta normal da casa. 
O TRF-4 – e demais cortes de segunda instância – funciona. Pela cópia de processos e exiguidade de meios, mantém padrão aceitável de celeridade judiciária. Lula, atualmente realizando sua Grande Marcha pela “Volta dos Mortos Vivos” pelos brasis, está com um pé na estrada e outro na cadeia. 
Evidentemente, tudo mudará de figura ao chegar ao STF. O julgamento técnico seria trocado por interesses adrede cavernosos, como no recente caso do “Rei dos Ônibus” Jacob Barata, três vezes preso pela PF e três vezes solto por Gilmar Mendes, somando-se a vasto cartel de “fantasmas” intocáveis, incluindo Lula. 
No STF de Tóffoli, Lewandowski e Mendes quanto mais rezam, mais assombrações desaparecem, contrariando a crença geral. Quem sabe melhoraria se chamássemos os “Ghostbusters”…