Editorial – Lei Safada

 Desde sua apresentação como PL, combatemos a fracassada Lei 10.826/03, o tal “Estatuto do Desarmamento”, ao lado de pessoas sérias como Bene Barbosa e o Movimento Viva Brasil, dentre outros. Denunciamos tanto o caráter politicamente cínico dos propositores, quanto da proposição, que previa sub-repticiamente nenhuma resistência ao projeto de poder então em andamento. Legisladores, governantes, juristas e ONGs que a apoiaram não se responsabilizam pelos 60.000 assassinatos anuais, um a cada dez minutos, que nos envergonham no mundo. Há que chamá-los às falas! 
O Brasil viu a criminalidade crescer assustadoramente nestes 14 anos, estando dentre os lugares mais violentos do planeta. Armas entregues por cidadãos ingênuos voltaram às ruas, depois que pequena quantidade de “ferro velho” foi destruída só para sair na foto. Valiosas peças de coleção reapareceram no exterior. 
Sempre deixamos claro: nas ruas, só devem portar armas os funcionários do aparelho de segurança do Estado e profissionais autorizados do setor privado, desde que primeiro a bandidagem seja desarmada. Mas, os objetivos dessa legislação surreal eram outros, como hoje está claro. 
A lei safada favoreceu o crime organizado e o “informal”, o contrabando de armas e garantiu a impunidade dos que barbarizam o país seja no (des)governo, seja nas ruas. Para esses pulhas, o desarme da cidadania funcionou muito bem!