Editorial – Palpite infeliz…
Tratando-se do que não decide o futuro, tal democracia virtual promíscua pode até ser divertida para quem aprecie frivolidades. Serve mais para revelar a cultura e a índole dos palpiteiros, em alguns casos cavernosas, em outros bem humoradas. As fofocas modernas, via redes sociais, de mesa de boteco ou de vizinhanças malévolas ganharam, ao lado de irreverência irrestrita, amplitude global.
Entrou na roda é para levar porrada. Mas se falarmos dos destinos de uma cidade, dum estado ou de um país, a coisa muda de figura. Diz um versículo da bíblia do bom jornalismo que sem levar em conta “quem, o quê, quando, onde, como, os porquês e para quê” não teremos notícias e fatos, mas, meras especulações, conjecturas e boatos.
A incidência de difamação, calúnia e injúria, na mídia tradicional, é ínfima comparando-se ao de plantar “fakes” virtuais para “desconstruir personalidades” bombando nas redes e alimentando, na sua esteira, um tsunami de palpites infelizes.